Na nova
geração de adolescentes e jovens o suicídio, como tema, tomou conta do
cotidiano desde filmes, séries e o pior, a vida dos adolescentes. De acordo com pesquisa
realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma morte
é registrada por suicídio. Com isso, após a trágica notícia e estatística,
diversos questionamentos são levantados, como:
- O que leva um adolescente
com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?
- Que dor é essa que nem pais,
nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?
- O que fazer para ajudar?
- Estamos fazendo algo errado
para esta geração?
- A culpa é da tecnologia?
- Seria dos pais?
- Seriam essas relações
líquidas?
- Seria a falta de
pertencimento?
- É a pressão do vestibular?
- Será que só conseguimos
perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?
Segundo a
terapeuta e coach familiar e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são
muitas as perguntas e nenhuma resposta. "Os adolescentes e jovens se veem
perdidos em meio há um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder
nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito
desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal, isto é,
em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que
eles realmente querem", diz ela.
De acordo
com a terapeuta, os adolescentes têm muitas opções na vida, mas nessa geração
o suicídio passou a ser uma opção também. É a opção para se curar de uma dor
que os adultos não estão conseguindo acessar e nem ajudar. "A opção do
suicídio é uma realidade na sociedade, com isso, as conversas entre pais e
filhos, é reduzida ao nada", alerta Valéria.
Para a
coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas
de toda a sociedade. "Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando
um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de
psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas
mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.
Para
ajudar no diálogo entre os pais e adolescente, a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata.
- Eles precisam ser ouvidos.
Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo
aquilo que vivemos, pois os tempos mudaram.
- Precisamos dar voz a esses
que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco
ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo
definitivo para se livrar de uma dor temporária.
- Não invalidem nem
desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.
Com isso,
a terapeuta alerta para os pais estarem atentos, pois alguns, apesar de
estar sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não se transpõe e não se acessa, o que piora mais ainda, pois o tratamento pode não chegar para esse
adolescente. "O jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por
isso, a atenção e o carinho sem preconceito é fundamental para ajudar na fase
em que esta passando", ressalta.
Além de
estar atento, segundo a terapeuta, outros fatores devem estar em alerta: “reconheça a dor, a angústia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o
filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa em que ele possa
confiar e contar, que você o ama, independentemente de quem ele seja ou será, e que
ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família", finaliza ela.
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