O
estresse e a obesidade não estão relacionados apenas pela conhecida compulsão
alimentar, mas também – e principalmente – pela liberação acima do normal de
substâncias comuns ao corpo como o cortisol e as citocinas inflamatórias. O
cortisol estimula a produção da insulina, que faz com que o organismo
estressado produza – ou não produza – respostas adaptativas para o mecanismo de
preservação e manutenção da vida – que é diferente entre espécies e indivíduos.
De
acordo com o médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN),
dr. José Alves Lara Neto, quando há um desequilíbrio, o organismo induz o
cérebro a se proteger abaixando a taxa metabólica basal, subsequentemente
religando os reflexos responsáveis pela preservação e manutenção da vida,
dentre eles o sistema de armazenamento de energia de longa duração, mantendo
energia apenas para as funções da vida em repouso. “Somado a isso, tudo o que
você come, o corpo reconhece que pode ser uma ‘última refeição’ e armazena”,
explica ele. Ao comer um pão – ou qualquer outro carboidrato –, por exemplo, a
insulina é anabolizada imediatamente e manda estímulos ao hipotálamo, que
reconhece e manda três sinais ao corpo:
1.
Manda você comer a cada 30 minutos
2.
O organismo preserva a gordura
visceral já existente
3.
Tudo o que você comer imediatamente
será internalizado pela célula e fabrica gordura.
Não
é só a alimentação
Toda
reação ao estresse pode ser adequada ou inadequada, mas geralmente leva ao
sistema de “recompensa”, quando o indivíduo internaliza o problema e busca por
um estímulo que lhe traga prazer.
O
dr. Lara comenta que o estresse também depende da trajetória genética. Algumas
pessoas são mais propensas a se estressar – mais ou mais rápido –, pois cada
organismo reage de uma forma à carga de liberação dos estímulos neurais. “Um
médico nutrólogo investigará a fundo as causas da obesidade, que por muitas
vezes não estão ligadas exclusivamente à alimentação. Por isso, quando procurar
ajuda médica tente sempre sanar suas dúvidas, pois nem todo magro como pouco e
nem todo gordo come muito”, pontua.
Estresse
oxidativo
As
citocinas inflamatórias causadas pelo estresse também desencadeiam um processo
oxidativo extremamente agressivo para o organismo, gerando as doenças
metabólicas, até mesmo o câncer. “Esse tipo mais agressivo de estresse é um
desequilíbrio entre os pró-oxidantes e oxidantes, que pode ser permanente ou
crônico, gerando diversas disfunções nutroneurometabólicas”, conclui o médico.
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