Atualmente são atribuídos aos
transtornos de humor (depressão) e aos de ansiedade diversos prejuízos para uma
vida produtível e saudável. Problemas neurobiológicos, como a dificuldade de
produção de algumas substâncias cerebrais, tais como endorfina e serotonina,
além do aumento da ativação dos mecanismos do estresse
(eixo-hipotálamo-adrenal) podem ser responsáveis na determinação de um humor
deprimido e disparos de pensamentos e comportamentos ansiosos. A baixa
capacidade de concentração, a desorganização de pensamentos e lapsos memória
fazem com que as pessoas com esses quadros tenham resultados ruins nas mais
diferentes situações sociais, familiares e de trabalho, conferindo sofrimento.
O preconceito criado por esses transtornos dificulta a busca por tratamentos.
As terapias mais utilizadas são as de
ação farmacológica, para corrigir desequilíbrios neurobiológicos, e a
psicoterapia, para ajudar o paciente a reagir e reaprender a lidar com
relacionamentos interpessoais e sociais. Mas novas tendências têm conquistado
semelhante sucesso.
Numa revisão
de estudos para tratamentos eficazes, os exercícios físicos mostraram-se como
umas das terapias recomendadas, já com um número de evidências consideráveis
para recomendação. Uma pesquisa de 2009 revelou que a depressão e a ansiedade
eram mais prevalentes em pessoas inativas, em relação aos que cumpriam a
recomendação de atividade física. Estudo anterior, de 2007, já havia
evidenciado que o grupo de pessoas que realizavam apenas exercícios com
acompanhamento tinham índices de remissão de quadros depressivos semelhantes ao
grupo que só tomava medicamentos.
Um dos
levantamentos mais recentes sobre o tema, publicado no ano passado, buscou
relacionar saúde mental com atividade física, tendo a mensuração de felicidade
por questionário como um requisito de boa saúde mental. Nesse estudo foram
encontradas mais chances de ser feliz conforme aumentava a prática de atividade
física (52% altamente ativo, 25% para fisicamente ativo e 20% para
insuficientemente ativo).
As explicações
vêm da descoberta de fatores de crescimento celular cerebral, com o aumento da
vascularização, assim como a liberação de endorfinas e serotoninas, correspondendo
respectivamente aos efeitos neurobiológicos a longo e curto prazo. As
experiências psicossociais que a atividade física pode proporcionar também
elevam a sensação de bem-estar. O lazer, distração e a realização de uma tarefa
física são entendidos como uma forma de recompensa para o indivíduo. Este
cenário restaura sua autoestima, impulsionado por ganhos estéticos e a melhora
em quadros clínicos.
O apoio e o
incentivo à prática de atividade física apresentam resultados animadores para
os distúrbios de humor e ansiedade, com baixíssimas contraindicações e
benefícios em vários sistemas biológicos. Consultando o médico e seguindo suas
recomendações, não existem motivos para não praticar atividade física e ser
feliz.
Artigo do prof. Amauri
dos Santos, especialista em treinamento resistido na saúde, na doença e no
envelhecimento do Instituto Biodelta
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