As
disfunções sexuais podem ocorrer em qualquer fase do ciclo de resposta sexual,
mas, segundo a fisioterapeuta Laura Ezequiel Rodrigues, três disfunções, em especial, podem ser muito beneficiadas com a fisioterapia. Confira:
- Vaginismo: tipo de dor sexual na qual a mulher
não consegue abrir normalmente a vagina para a penetração de qualquer objeto,
seja o pênis, um absorvente interno, um dedo etc, mesmo que a mulher deseje
essa penetração. Sua característica principal é uma contração involuntária da
musculatura do assoalho pélvico (MAP), impossível de controlar, que acaba
“fechando” a entrada do canal vaginal mesmo que a mulher esteja se esforçando
para relaxar. A parte física do vaginismo pode apresentar componentes
relacionados ao conhecimento corporal e consciência genital, à elasticidade da
entrada do canal vaginal, bem como de incoordenação muscular – neste caso, da
MAP e, em casos mais severos, das musculaturas das coxas, glúteos e
adjacências. O tratamento vai depender do grau observado em cada componente.
Exercícios de autoconscientização e redescoberta da sexualidade podem ser
úteis para a consciência da região genital. Exercícios específicos de
contração e relaxamento da MAP são fundamentais tanto para a consciência da região
genital quanto para a coordenação motora local. A massagem perineal pode ser
útil nos trabalhos de dessensibilização e elasticidade da entrada do canal
vaginal.
- Dispareunia: dor na relação sexual, que pode
ser por uma tensão ou trigger points nos
músculos vaginais. O objetivo será melhorar a flexibilidade e normalização do
tônus.
Existem
quatro tipos de dispareunia: primária, quando acontece desde a primeira
relação sexual; secundária, quando as relações eram normais e passam a causar
dores e desconfortos; situacional, que ocorre apenas em determinadas ocasiões
e com determinados parceiros; generalizada, quando qualquer tipo de penetração
causa desconforto e/ou dores. As causas podem ser orgânicas ou psicológicas.
No primeiro caso, destacam-se infecções ou irritação do clitóris e infecção
urinária. No caso das psicológicas, é causada por medos e tabus em relação ao
ato sexual ou por falta de desejo pelo parceiro. A fisioterapia é responsável
pela realização de exercícios perineais, massagens perineais e alongamentos
musculares, pois auxilia a mulher na percepção do próprio corpo. Os
exercícios não são invasivos e devem ser realizados em um lugar calmo, para que
haja o relaxamento completo.
- Anorgasmia: distúrbio que causa a falta de
orgasmo numa relação sexual. Pode ocorrer em homens e mulheres que têm uma vida
sexual ativa, chegam a sentir prazer durante o ato sexual, mas não atingem o
clímax. As causas comumente são de foro emocional, por falta de confiança no
parceiro, falta de conhecimento do próprio corpo ou por algum problema físico
(acidentes que causam problemas ao nível da medula espinhal, problemas
hormonais, corrimentos ou má formação dos órgãos sexuais). No tratamento de
uma disfunção sexual, o paciente deve ser pensado como um todo, emocional e
físico, pois as emoções desencadeiam processos físicos pela liberação de
neurotransmissores. Para isso, torna-se importante o enfoque interdisciplinar
com a participação de diversos profissionais, como ginecologista, psicólogo,
sexológo e fisioterapeuta. Os tratamentos para a anorgasmia que têm maiores
resultados são realizados por meio de fisioterapia uroginecológica, com
exercícios e eletroestimulações específicas, com exercícios em musculatura em
região pélvica.
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