O carnaval é uma
festividade que costuma ser acompanhada de mais liberdade e menos controle.
Some-se a isso a questão cultural de algumas famílias e junte-se o calor do
verão brasileiro e o cenário está armado. “Independentemente de cultura ou
idade, por mais inimaginável que possa parecer, a situação ainda ocorre: é
absurdo oferecer qualquer quantidade, por menor que seja, de qualquer bebida
alcoólica, para crianças”, diz o do pediatra e homeopata Moises
Chencinski (CRM-SP 36.349).
O
médico destaca que, além de ser proibido por lei, é extremamente prejudicial,
podendo, até, ser fatal. Quanto mais precoce o estímulo alcoólico para pessoas
com tendência ao vício, mais cedo e mais certamente esse hábito poderá se
instalar e levar a sérios prejuízos à saúde futura desse indivíduo.
“Além
disso, crianças são indivíduos em crescimento e desenvolvimento, sendo mais
suscetíveis a estímulos, com riscos de quadros graves, mesmo com pequenas
quantidades de substâncias nocivas, inclusive o álcool”, lembra o médico.
E com relação à fantasia?
Batman,
Homem Aranha, Cinderela, Havaiana, Pequena Sereia… Qual vai ser o personagem do
seu pequeno? “Na hora de escolher a fantasia preste atenção ao tecido, para que
seja leve e arejado, como o algodão, e não aperte a criança. Não se esqueça de
escolher sapatos confortáveis e que seu filho já esteja acostumado a usar.
Cuidado também com os adereços e mantenha a criança longe de espadas, lanças e
objetos pontiagudos. Há também quem prefira usar a pintura. Essa opção é
indicada para maiores de 2 anos, e com tinta adequada e antialérgica para
evitar intoxicações. Ainda assim, faça um teste antes de aplicar no rosto de
seu super-herói ou de sua princesa”, ensina Chencinski.
É
recomendável evitar sprays de
espuma e neve, bem como a serpentina artificial. Eles são perigosos porque
contém substâncias químicas que podem causar irritação ou sensibilidade na pele
e nos olhos. “Estudos recentes demonstraram que, quando o contato com
esses sprays é prolongado ou se são usados sob o sol, eles podem ter seus
malefícios potencializados. Recomenda-se, nestes casos, lavar a pele e os olhos
o mais rápido possível após o contato. Já as máscaras devem ser usadas com
muito cuidado porque, durante a brincadeira do carnaval, elas podem se deslocar
e prejudicar até a respiração da criança”, conta o pediatra.
Cuidados na multidão
Na
praia e nos clubes, as festividades para as crianças acontecem de manhã e à
tarde. Assim, no calor do clima e na aglomeração que também eleva a
temperatura, as crianças precisam de proteção.
“Em
relação ao sol vale a pena seguir a mesma orientação de qualquer época do ano.
Evitar exposição direta entre 10 e 16 horas, sempre usando protetor solar,
mesmo fora desse horário. O calor pode aparecer e ser um fator agravante também
em salões fechados, com muita gente pulando e se divertindo, especialmente nas
crianças fantasiadas que correm e se divertem incansavelmente. Lembre-se da
hidratação constante”, destaca Moises Chencinski.
Durante
o carnaval, os pais também estão educando e formando cidadãos. Assim, mesmo que
os banheiros químicos instalados nas ruas não sejam convidativos, não
vale fazer xixi na rua! “Levem lenços umedecidos e protetores de assento para
ajudar a criança a encarar o banheiro químico. Outra opção é achar
um bar ou restaurante e utilizar os banheiros de lá, adotando os mesmos
cuidados”, recomenda o pediatra.
Chencinski
ainda lembra que as crianças não têm noção do perigo, e pela sua curiosidade
natural podem se perder, distraídas no meio da multidão. “Faça uma pulseirinha
de identificação para o seu filho com o nome dele, dos pais, telefone e
endereço. É importante explicar que isso é um recurso de segurança caso ele se
perca. Não deixe as crianças sem supervisão, sozinhas, no meio da multidão.
Fiquem sempre de olho”, finaliza ele.
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