Em 21 de junho é celebrado o Dia Mundial de Controle da Asma, uma das
doenças crônicas mais comuns. Segundo dados epidemiológicos da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), ela acomete cerca de 300 milhões
de pessoas entre crianças e adultos a nível mundial. No Brasil, estima-se que
em torno de 20 milhões de brasileiros sejam asmáticos, acarretando em média 350
mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) anualmente.
Trata-se de uma doença de trato respiratório, que
desencadeia um processo inflamatório nas vias aéreas. A causa da asma ainda não
é conhecida, mas acredita-se que seja um conjunto de fatores genéticos e
ambientais, que podem agravar ou desencadeá-la. Os fatores ambientais são os
mais comuns, como a exposição à poeira, mofo, fungos, poluição e períodos
sazonais do ano. Nas questões genéticas, observamos o histórico familiar de
asma e rinite, além da obesidade.
Um paciente com asma apresenta os seguintes
sintomas:
- Falta de ar ou dificuldade
para respirar;
- Chio no peito, popularmente
chamado de gato no peito
- Sensação de peito pesado ou
aperto
- Tosse
Estes sintomas normalmente apresentam-se mais
comumente nas primeiras horas da manhã ou à noite, pode piorar com a prática de
exercícios físicos ou exposição do indivíduo à alérgenos como citados
anteriormente, mofo, poeira, poluição.
O diagnóstico da doença é realizado pelo médico,
através da história do paciente juntamente com a realização do exame de
espirometria. Vale ressaltar que o diagnóstico de asma não é realizado através
de radiografia de tórax ou somente baseado na história clínica do paciente. A
radiografia de tórax muitas vezes é solicitada pelo médico, entretanto, ela é
realizada com intuito de descartar outras patologias como tumores e não para
diagnóstico da asma. A história clínica detalhada é de suma importância para
fechar o diagnóstico. Nele, é importante observar quando o paciente relata
apresentar os sintomas, períodos do dia, em alguma estação do ano, em algum
ambiente específico, até mesmo para se descobrir ou dar indícios dos possíveis
desencadeadores dos sintomas.
O exame específico é a espirometria, também
conhecido como prova de função respiratória. Trata-se de um exame simples no
qual o paciente realizará diversas expirações, e este volume de ar exalado será
transcrito em números e gráficos para análise. Muitas vezes este exame é
repetido, porém com o uso de um broncodilatador para acompanhar uma possível
melhora nos volumes pulmonares avaliados, e desta forma verificar se a
medicação será ou não eficaz, para uma possível reversão de um quadro agudizado.
A asma possui diferentes graus de gravidade,
classificados em quatro graus. O primeiro tem sintomatologia mais leve e
períodos sem agudização do quadro, o grau quatro há presença de sintomas mais
graves, com importante redução da ventilação pulmonar e sem períodos de
cessação da crise.
A doença não tem cura, entretanto, com o
tratamento adequado, os sintomas podem melhorar e até mesmo desaparecer ao
longo do tempo. O importante nestes pacientes é, além da medicação rotineira, o
autoconhecimento e o autocuidado a fim de evitar fatores desencadeantes da
crise asmática, mantendo assim a melhor qualidade de vida.
No tratamento medicamentoso são utilizadas as
famosas bombinhas, medicações inalatórias a base de broncodilatadores ou
corticoides inalatórios que conseguem ser administradas em doses pequenas e com
ótima eficácia, tanto no controle quanto na reversão e em boa parte das crises
asmáticas.
Desde de 2011, o SUS fornece tratamento
gratuito aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como
brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol
podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.
Outra conduta importante para o paciente asmático
é a prática de exercícios aeróbicos, sempre autorizada pelo médico e realizada
de forma supervisionada. O objetivo é ter um melhor condicionamento
cardiorrespiratório, auxiliando na redução de episódios de crise.