segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Vantagens e desvantagens dos cosméticos orgânicos



Produtos livres de substâncias sintéticas, os cosméticos orgânicos têm feito sucesso e a cada momento surgem novas marcas que apresentam novidades da limpeza da pele à maquiagem. “Os cosméticos considerados orgânicos não podem ter na sua formulação silicone, parabenos ou propilenoglicol, fragrâncias, pigmentos ou preservativos artificiais, derivados da indústria petroquímica ou de animais, não podem ser transgênicos ou irradiados, conter lauril sulfato de sódio, quartenários de amônio, polietilenoglicois e devem conter como fragrância apenas o uso de óleos essenciais, utilizando assim a aromaterapia como forma de tratamento natural para a pele”, afirma a dra. Claudia Marçal, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Existem no mercado inúmeros trabalhos sobre o uso de produtos cosméticos orgânicos e naturais, assim como a enumeração de suas propriedades e benefícios. O Brasil é um grande consumidor deste tipo de produtos, além de ser exportador de matérias-primas provenientes da flora da floresta amazônica. “Há um crescimento notório deste tipo de produto no mundo, assim como as grandes marcas de cosméticos que cada vez mais se preocupam na elaboração de fórmulas que estejam condizentes com a busca de produtos menos agressivos, que não interfiram na composição natural da pele, conferindo hidratação, elasticidade, tônus e proteção, porém levando em consideração o tipo de extração, plantio e comercialização de forma sustentável sem causar danos ao ecossistema”, afirma a médica.

Os cosméticos orgânicos se diferenciam tecnicamente dos cosméticos naturais, segundo a dermatologista. “O cosmético natural é aquele desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais e no mínimo 5% de seus ingredientes têm de possuir a certificação orgânica. Já o cosmético orgânico é aquele que, além de ser desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais, vem com uma porcentagem mínima de 75% de ativos orgânicos certificados”, esclarece. Alguns ativos como o Sculptessence (da Biotec Dermocosméticos), derivado da semente do linho e que promove uma remodelagem facial, tem certificado ECOCERT, que indica um cuidado em relação à sustentabilidade por toda a cadeia produtiva. O ativo é encontrado em farmácias de manipulação e em produtos industrializados.

Vantagens
A dermatologista explica que as vantagens dos cosméticos orgânicos contemplam desde a consciência ambiental até os benefícios para a pele. “Esses produtos tratam a epiderme e devolvem a ela suas condições naturais e, principalmente, vitalidade. Isso acontece por conta da ação de ingredientes naturais diretamente no tecido cutâneo sem a interferência de outros componentes sintéticos que podem, algumas vezes, apresentar potencial irritativo”, afirma. “Os benefícios são inquestionáveis, com muitas pesquisas já realizadas, principalmente para utilização nas peles hipersensíveis e para evitar o contato muitas vezes com produtos que apresentam pigmentos, conservantes e ativos extraídos de forma quimicamente causadora de danos à pele, assim como risco potencial de carcinogenese em pacientes que apresentam predisposição, confirmada inclusive no mapeamento genético do DNA. Uma forma saudável, segura e politicamente correta nos cuidados com a pele e seus anexos em qualquer idade”, afirma.

Desvantagens
Em relação às desvantagens, a médica cita que nem sempre os cosméticos orgânicos conseguem trazer todos os benefícios que cosméticos, como os produtos anti-idade, por exemplo, proporcionam.

Indicação dos produtos orgânicos e uso
Os produtos orgânicos são indicados para quem tem pele sensível, pessoas alérgicas e quem sofre com contato a determinados ingredientes de produtos convencionais, os quais podem provocar reações indesejadas. A médica destaca que os produtos orgânicos podem ser usados por todas as pessoas que buscam consumir produtos de forma sustentável. “Não há restrições, mas a indicação e prescrição de produtos devem ser feitas sempre pelo dermatologista, para que ele avalie o tipo de pele e as necessidades de cada paciente, a fim de buscar o melhor tratamento que aquela pele precisa”, finaliza.


sábado, 18 de agosto de 2018

Será que você está com esgotamento mental?




Cada vez mais comum em diversos aspectos da vida pessoal e no ambiente de trabalho, o esgotamento mental tem causado cada vez mais impactos emocionais e físicos. Infelizmente, muitas vezes ele é um conceito associado à frescura ou a uma fragilidade pessoal, no entanto, o esgotamento mental tem raízes concretas no funcionamento do organismo.

O fundador da Febracis, Paulo Vieira, explica que o esgotamento mental é fruto do excesso de demanda das atividades químicas que são realizadas no cérebro e da falta de substâncias neurotransmissoras capazes de sintetizar essas atividades, resultando em estafa mental, bloqueio, ansiedade e estresse, que nem sempre recebem a devida importância. "Muitas pessoas sequer sabem que estão passando por um processo de esgotamento mental. As situações de estresse e o cansaço são normalizados, e o ciclo do esgotamento continua sendo reproduzido. O perigo dessa continuidade é o aprofundamento dos sintomas, de maneira a causar situações graves para o indivíduo, impactando na vida pessoal e profissional", explica Vieira.

De acordo com o especialista, o esgotamento pode ser desencadeado por fatores como autocobrança, desemprego, situação financeira e sobrecarga de responsabilidades. "No âmbito do trabalho é comum ele ser desencadeado por excesso de trabalho, o que, junto com a falta de eficiência e de recursos, gera um estresse enorme. Com isso, o colaborador se sente desmotivado e sobrecarregado, perdendo todo e qualquer prazer em trabalhar. Isso pode atingir qualquer membro da empresa, seja ele o colaborador ou o gestor", avalia.

Vieira ainda acrescenta que é importante ficar atento aos sinais listados abaixo para evitar o esgotamento mental.

Sensação constante de cansaço (cansaço crônico)
É normal se sentir cansado após alguma atividade que exija muito esforço (físico ou mental), ou depois de uma sequência intensa de trabalho ou afazeres. No entanto, quando o cansaço é constante, e você se sente sempre esgotado e no seu limite, esta é uma situação que deve receber a sua atenção.

Imunidade baixa
O nosso corpo físico está diretamente interligado com o nosso emocional. Quando estamos sobrecarregados e esgotados a nossa imunidade baixa e o nosso corpo físico fica debilitado. Estar constantemente com algum problema de saúde por baixa de imunidade pode ser um sintoma de esgotamento mental.

Perda de memória
O esgotamento mental dificulta as ações neurotransmissoras, que também são responsáveis pela nossa memória. Esquecer constantemente obrigações, compromissos ou até nomes das coisas e pessoas pode estar ligado à estafa mental e não a uma questão da idade.

Baixa qualidade do sono e insônia
O estresse e a ansiedade são efeitos típicos. Com isso, nosso cérebro não consegue se desligar, trabalha intensamente e incessantemente, gerando um ciclo vicioso de esgotamento. Esse processo, muitas vezes, atrapalha a nossa capacidade de dormir e relaxar para reestabelecer as nossas funções neurotransmissoras, o que agrava ainda mais a estafa mental.

Apatia constante e generalizada
A falta de motivação e de interesse é um sintoma típico dessa situação. O que antes era razão de entusiasmo e prazer, passa a não ter mais significado. Com isso, a pessoa se torna apática, não sente vontade de se dedicar às tarefas.

Perfeccionismo
O perfeccionismo costuma ser muito valorizado, principalmente no ambiente de trabalho. No entanto, não aceitar que errar é humano e ter medo constante de cometer erros pode ser um sintoma de esgotamento mental. O perfeccionismo e o produtivismo exagerados demandam muita energia, o que pode causar ou aprofundar a estafa mental.

Descontrole
O esgotamento mental torna toda e qualquer tarefa mais difícil do que o normal, e as reações ficam exacerbadas. É normal a pessoa que está passando por esse processo se tornar reativa e perder o controle das suas emoções.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Menopausa x insônia



Mais de metade das mulheres acima de 40 anos tem insônia ou má qualidade de sono. Dentre mais de 6 mil mulheres estudadas em artigo publicado na revista internacional ‘Maturitas’ (acesse em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22717489), 56,6% têm insônia, má qualidade de sono ou ambos.

As que já passaram pela menopausa têm uma prevalência ainda maior de insônia e de sono não reparador. A principal queixa é acordar no meio da noite, o que caracteriza a insônia tardia (ou seja, o começo da noite vai bem, mas a partir das 3h da manhã fica acordada).

Não bastasse a menopausa causar insônia, a insônia também é capaz de acentuar a severidade dos sintomas da menopausa e piorar muito a qualidade de vida.
Se você sofre de insônia ou se sua qualidade de sono é pior desde a menopausa, o ajuste de fatores na casa, como o controle da iluminação e de ruídos (desligar o celular!) é o primeiro passo. Também é importante manter uma alimentação saudável e evitar alimentos estimulantes perto da hora de dormir, como refrigerantes de cola, café, chá preto ou mate, shoyo, ajinomoto etc.

Existem algumas terapias não-medicamentosas adjuvantes, como a prática da ioga (por 4 meses ou mais), receber massagem e até o uso do extrato de valeriana. Entretanto, se você já tentou e nada disso melhorou o seu sono, o uso de medicamentos é indicado. Procure seu médico!

Por Renata Bonaccorso Lamego é especialista em Ginecologia e Obstetrícia, em Medicina Fetal, e em Patologia do Trato Genital Inferior. Contato: bonamego@gmail.com

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Dança do ventre e qualidade de vida



Que a prática de dança faz beneficia o corpo e a mente, todos nós já sabemos, não é? Relaxa, melhora a auto estima, alivia o stress, entre várias outras coisas, além de trabalhar o corpo inteiro, por ser atividade aeróbica, fortalecendo músculos, aumentando flexibilidade, agilidade, coordenação, e muito mais. Porém, cada estilo de dança foca uma ou outra parte do corpo, tem suas bases rítmicas e históricas que influenciam na prática e aprendizado. Uma das modalidades bem peculiar, que desde sempre encanta mulheres pelo mundo todo, é a dança do ventre.

A dança do ventre é uma arte milenar, a qual o seu surgimento ocorreu no Antigo Egito. Acredita-se (há divergências sobre o seu exato surgimento) que em cultos as mulheres dançavam em homenagem à Deusa da fertilidade, com movimentos ondulatórios e batidas de quadril, agradecendo a vida e preparando para o parto. Como era uma espécie de ritual, a dança era aprendida informalmente, e executada de acordo com os sentimentos e emoções da mulher.

Nos dias de hoje, após a disseminação e desenvolvimento dessa dança pelo mundo inteiro, podemos aprender essa modalidade em escolas e estúdios de dança, seja para ter um momento de lazer, seja para desenvolver uma prática de atividade física constante, ou mesmo para se aperfeiçoar e fazer apresentações. Tudo, claro, sem perder a magia que a dança do ventre promove.

O que muitas mulheres praticantes dessa arte milenar não sabem, é seu poder terapêutico. Através dessa atividade, desenvolvemos uma maior consciência corporal, pois aprendemos a dissociar partes do corpo ao executarmos os passos, como os movimentos de quadril, de tronco e ombros; a mulher aflora sua feminilidade, devido aos movimentos que exaltam o corpo da mulher com muita delicadeza; serve como uma válvula de escape para o estresse, depressão e ansiedade, já que exige muita concentração para executar as movimentações; emagrece, portanto “não dá barriguinha”, pois além de queimar muitas calorias (por volta de 400 calorias por hora), trabalhamos diretamente os músculos abdominais, fortalecendo e definindo-o, além dos músculos das pernas, glúteos, braços, enfim, do corpo inteiro. 

Por esses e vários outros motivos que as mulheres lotam as salas de aula nas academias. Vale ressaltar, que esses objetivos serão alcançados se a professora tem um vasto conhecimento e experiência na modalidade, sabendo esclarecer dúvidas e passar explicações adequadas para cada aluna.

Ou seja, a dança do ventre é uma excelente atividade para a mulher, pois além de fazer ela se sentir bem consigo mesma, que influencia diretamente nas suas atividades diárias, também serve para trabalhar a parte física, aumentando, assim, a sua qualidade de vida.

Por Camila Iara, professora de dança do ventre

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Medicamento para fibrose cística é aprovado pela ANVISA



A Vertex Pharmaceuticak Inc anunciou hoje que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o ORKAMBI® (lumacaftor/ivacaftor), o primeiro medicamento para tratar a causa subjacente da fibrose cística (FC) em pessoas com seis anos ou mais e com duas cópias da mutação ∆F508 no gene regulador da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR).

A FC é uma doença genética rara causada pela ausência ou defeito da proteína CFTR como resultado de uma mutação do gene CFTR. No Brasil, há mais de 750 pessoas com FC que têm duas cópias da mutação ∆F508. A Vertex aguarda neste momento a conclusão do processo de registro de preço na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

O ORKAMBI é o primeiro medicamento sintético aprovado sob a nova resolução da Anvisa para doenças raras e representa um passo importante no sentido de colocar este medicamento à disposição para as pessoas com fibrose cística que possam se beneficiar com ele”, conta Fernando Afonso, gerente geral da Vertex no Brasil. “A fibrose cística é uma doença progressiva e devastadora. Agora vamos trabalhar com as autoridades competentes para colocar este medicamento à disposição.”

A aprovação da ANVISA foi baseada em dados previamente anunciados da Fase 3 dos estudos do ORKAMBI com pessoas com fibrose cística e duas cópias da mutação ∆F508 em diferentes grupos etários. Mais de 1.100 pessoas com 12 anos ou mais foram cadastradas nos dois estudos de 24 semanas da Fase 3 global. Os pacientes tratados com ORKAMBI tiveram melhoras significativas nas funções pulmonares. Os pacientes também experimentaram melhoras no índice de massa corpórea (IMC), reduções nas exacerbações pulmonares (infecções pulmonares agudas) e nas hospitalizações e uso de antibiótico intravenoso relacionados. Em crianças com FC com idades entre 6 e 11 anos que têm duas cópias da mutação ∆F508, os dados demonstraram melhoras estatisticamente significativas nas funções pulmonares (a partir de avaliação da mudança absoluta no índice de clareamento pulmonar, ou LCI) entre crianças tratadas com ORKAMBI comparadas com as tratadas com placebo.

A combinação de lumacaftor e ivacaftor foi em geral bem tolerada e o perfil de segurança foi consistente em crianças de 6 a 11 anos e pacientes com 12 anos ou mais. Para os pacientes com 12 anos ou mais, os eventos adversos mais comuns foram falta de ar e/ou aperto no peito e sintomas comuns gastrointestinais (inclusive náusea, diarreia ou gases) ou de resfriado. Para crianças de 6 a 11 anos, os eventos adversos mais comuns foram exacerbação pulmonar infecciosa, tosse produtiva, congestão nasal, dor orofaríngea, dor abdominal superior, dor de cabeça, infecção no trato respiratório superior e aumento de expectoração.

Sobre a fibrose cística
A fibrose cística (FC) é uma doença genética rara e potencialmente fatal, que atinge aproximadamente 4.600 pessoas no Brasil.
A FC é causada pela ausência ou defeito da proteína reguladora da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) como resultado de mutações do gene CFTR. As crianças precisam herdar dois genes defeituosos – um de cada genitor – para ter FC. Existem aproximadamente 2 mil mutações conhecidas no gene CFTR. Algumas dessas mutações, que podem ser identificadas por um teste genético ou teste de genotipagem, causam FC por gerar proteínas inativas ou muito escassas na superfície da célula. 

A função defeituosa ou a ausência de proteína CFTR tem como consequência a má circulação de sal e água para dentro e para fora da célula em diversos órgãos. Nos pulmões, isso leva ao acúmulo de um muco anormalmente grosso e pegajoso que pode causar infecções crônicas dos pulmões e danos progressivos aos pulmões em muitos pacientes, podendo levar à morte. A idade média de sobrevida no Brasil é estimada em 43,8 anos de idade







segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Quem deve ser vacinado contra o sarampo?



Quem o Ministério da Saúde acredita que está adequadamente protegido contra o sarampo? Segundo as normas recentemente publicadas pelo Ministério da Saúde, entende-se que o indivíduo está adequadamente protegido se tiver entre 12 meses e 29 anos de idade e tiver recebido duas doses da vacina do sarampo. Essas pessoas devem ter recebido, pelo menos, duas doses da vacina de sarampo com pelo menos um mês de intervalo entre elas.

Em relação aos indivíduos de 30 a 49 anos, o Ministério da Saúde entende que estão adequadamente protegidos, se pelo menos tiverem recebido uma dose da vacina contra sarampo.

Já os indivíduos acima de 50 anos nasceram em uma época que a vacina não era realizada e a grande maioria - ou quase a totalidade - já teve sarampo.

Uma recomendação importante: se você não sabe se tomou a vacina ou se teve sarampo, procure um Posto de Saúde e vacine-se contra o sarampo. É a forma mais eficaz de se prevenir contra a doença.

Por Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Contato: masafadi@uol.com.br


domingo, 5 de agosto de 2018

Guia completo de hidratação da pele



Hidratação da pele, um tema recorrente nos consultórios dermatológicos principalmente nas temporadas mais frias. Mas será que somente no frio devemos proteger e hidratar nossa pele? O que devemos usar? “Para que um hidratante funcione bem no seu corpo, o primeiro passo é saber qual é o seu tipo de pele”, afirma a dermatologista Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD). A médica explica, abaixo, tim-tim por tim-tim, tudo que você precisa saber sobre hidratação da pele.

MECANISMOS 

Segundo a médica, durante a escolha do seu hidratante, também é importante conhecer os diferentes mecanismos que esses hidratantes podem ter:

Hidratação por oclusão: “Nesse processo, os ativos presentes no cosmético são capazes de promover uma redução da evaporação da água no estrato córneo, uma camada mais externa da pele, composta por células achatadas e mortas, que funcionam como uma barreira protetora”, explica. Além disso, essa hidratação é capaz de manter a umidade das camadas mais profundas, graças à presença de óleos, e também possui a capacidade de retardar a evaporação da água. “Assim a desidratação da pele é impedida, pois retarda ainda mais o processo de evaporação da água. Os produtos que utilizam tal mecanismo formam uma barreira protetora, à base de lipídios, pois, assim como água e óleo não se misturam, lipídio e água também não. Então, dessa forma, a água fica instalada entre a pele e a camada lipídica, não conseguindo evaporar. Portanto, os cosméticos com emulsões cremosas e com óleos vegetais na composição promovem uma hidratação por oclusão. Esse método é indicado para pessoas com a pele seca”, afirma a médica.

Hidratação por umectação: Na hidratação por umectação, as substâncias do produto retêm a umidade do ar e assim podem utilizá-la para a hidratação da pele, promovendo então a emulsão natural da pele. “Já nesses cosméticos, as substâncias mais encontradas são os gliceróis e o D-pantenol. Além desses, o colágeno também é um ingrediente bem recorrente na composição de tais produtos. Ele é muito importante, pois em sua cadeia há muitos radicais de prolina e hidroxiprolina, que por formarem uma estrutura macromolecular, não são absorvidos pela pele, ou seja, ela continua hidratando o tecido epitelial”, explica. Além disso, esse processo pode ocorrer de dois modos, atuando em níveis diferentes, na superfície da pele ou por meio de mecanismos intracelulares. “Esse processo é indicado para pessoas com peles oleosas.”

Hidratação ativa: As emulsões misturam os dois mecanismos anteriores. Esse processo possui uma fase lipídica, responsável por promover a oclusão, e uma fase aquosa com ingredientes higroscópicos, capazes de proporcionar a hidratação. Na composição desses cosméticos, são encontrados aminoácidos, ureia e ácido hialurônico, que são considerados hidratantes biológicos. As peles que mais se beneficiam desse tipo de ação são as normais e secas.

PRINCIPAIS ATIVOS

De acordo com a médica, as principais substâncias hidratantes encontradas em cosméticos são: Ceramida; Esqualeno; Olesterol; PCA; ADN; NMF; Lactato de Amônia; Ureia; Alfa-hidroxiácido (ácido glicólico e ácido láctico); Oligoelementos; Fosfolipídeos; e Ácido hialurônico.

APLICAÇÃO 

Na hora de aplicar o hidratante, ele deve ser espalhado com movimentos circulares, firmes e constantes, mas sem força exagerada, diz a médica. “Também é importante que a aplicação do hidratante seja feita quando a pele já estiver seca, assim ela irá absorver muito melhor o produto. Além disso, é fundamental massagear a pele até que o hidratante seja totalmente absorvido. O ideal é que o seu corpo receba o hidratante logo após o término do banho, para que a sua pele fique balanceada, pois o banho muito quente pode ressecar a cútis”, afirma.  “Outra alternativa é hidratar a pele durante o banho, com cremes ou óleos. A absorção pode ser ainda maior, pois o sabonete retira os lipídios cutâneos, abrindo ainda mais canais para a penetração do hidratante”, explica a dra. Valéria. Já a hidratação do rosto deve ocorrer durante a noite, também após o banho. E, caso a pele seja muito seca, ele também deve ser aplicado de manhã, antes do protetor solar.

OUTRAS FORMAS DE HIDRATAÇÃO DA PELE  

A maioria dos nutricosméticos possui em sua fórmula componentes como vitamina E, colágeno marinho, licopeno e betacaroteno, que podem ajudar tanto na hidratação como no fortalecimento da barreira da pele. “Além disso, a hidratação interna com ingestão de agua adequada e alimentação natural e saudável hidrata de dentro para fora”, afirma.

COMO ESCOLHER O PRODUTO IDEAL 

Dependendo do tipo de pele, alguns produtos são recomendados e outros completamente contraindicados. A médica sugere:

Para as peles mistas e oleosas: o melhor é optar por veículos mais leves, como gel-creme ou serum. “O gel é um material viscoso, transparente ou não e geralmente composto basicamente por água; ele promove sensação de pele limpa e não obstrui os poros”, afirma. “O gel-creme é um material viscoso, composto por uma mistura entre um creme e um gel; possui uma proporção equilibrada de modo a não deixar a pele oleosa.” Já o sérum, é um produto quase líquido, leve e suave, que possui rápida absorção e penetra de forma imperceptível na cútis.

Para peles secas: nesse caso, as consistências cremosas são mais indicadas, com creme, bálsamos e óleos. “O creme é denso, hidratante e resistente. É rico em óleos que auxiliam a hidratar intensamente a pele”, diz. “Já o bálsamo é cremoso, mas não deixa a pele pegajosa, além de acalmar e nutrir”, afirma. E, por fim, o óleo hidrata e nutre o corpo, auxiliando no desequilíbrio provocado por agentes externos.

Produtos para todos os tipos de pele: existem, ainda, produtos que atendem necessidades gerais de todos os tipos de pele. São eles: O Mousse, a Loção e os Tônicos. “O Mousse são emulsões bifásicas, a fase interna é composta por um gás e a externa por um líquido, lembrando a consistência de uma espuma; no caso da loção, ela possui água como veículo e é muito acessível em produtos como tônicos e pré/pós-barba. Já os tônicos são fáceis de espalhar pelo rosto e têm alta absorção. Possuem diversas finalidades desde equilibrar o pH até auxiliar na limpeza profunda da pele”, afirma.

MITOS 

Um dos maiores mitos sobre a hidratação da pele é que a pele oleosa não precisa ser hidratada, ou até mesmo que não pode ser hidratada, pelo receio de que o hábito cause espinhas e cravos. “Oleosidade é diferente de hidratação: enquanto o primeiro se refere ao excesso de sebo, o segundo trata da quantidade de água na pele. Além disso, diferentes tratamentos para acne e pele oleosa ressecam muito a pele, havendo ainda mais a necessidade de hidratá-la”, finaliza.