Já passou
por aquele momento de comer mesmo quando sente que a fome já acabou? Algumas pessoas
chamam isso de gula, mas é muito importante estarmos atentos aos sinais do
nosso corpo. Será que a gulodice não pode se transformar em um transtorno? De
acordo com Vanderli Marchiori, consultora em nutrição da Associação Brasileira
da Indústria do Trigo (Abitrigo) é preciso respeitar os sinais de fome e
saciedade que o corpo "emite". "Passar da medida em uma refeição
um dia ou outro é normal, mas quando isso se torna recorrente e a pessoa sente
a necessidade de comer, mesmo quando não está com fome ou quando já está
satisfeita pode ser um alerta de compulsão alimentar", explica.
Um
levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde revelou que 77% das
jovens em São Paulo apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio
alimentar. Entre as garotas abordadas pela pesquisa, 39% estavam acima do peso.
O estudo envolveu 150 pacientes de 10 a 24 anos. Os principais fatores que
levam a esse distúrbio são: depressão, ansiedade, preocupação constante com o
peso e cardápios restritivos.
Para Vanderli,
na maior parte dos casos de compulsão, a pessoa começa a comer com culpa e
arrependimento quando está fissurada em cumprir à risca alguma dieta
restritiva. Além disso, saber diferenciar sensações como a fome, apetite e
saciedade é crucial na hora de manter o autocontrole. "O primeiro passo é
comer com atenção plena. Ou seja, durante as refeições é essencial estarmos
atentos aos sabores, cores, texturas e aromas dos alimentos", pontua.
É válido
lembrar que dentro de um cardápio balanceado e variado todos os alimentos e
grupos podem e devem fazer parte das refeições: legumes, verduras, frutas,
pães, massas e carnes. Outro ponto importante é pensar que a alimentação não é
apenas o consumo de nutrientes, e sim um ato social e um prazer que sempre acompanhou
os seres humanos. Portanto, aproveite este momento sabendo equilibrar
frequência e quantidade, sem recorrer à gula.