Durante a pandemia do coronavírus,
a mudança na rotina, a sobrecarga no trabalho, a preocupação constante com a
saúde de amigos e familiares, entre outras questões, podem desencadear diversos
problemas emocionais.
Mais do que simplesmente
impactarem o nosso humor e disposição, doenças psicossomáticas como estresse,
ansiedade e depressão têm o poder de impactar até mesmo nosso físico – afetando
pele, unhas e cabelo.
"A relação entre o lado
emocional e o problema capilar está diretamente ligada ao estilo de vida que
levamos hoje, principalmente no contexto da pandemia. Apesar de alimentação
inadequada, fatores genéticos e distúrbios hormonais serem alguns dos
responsáveis por comprometer a saúde dos fios, questões relacionadas ao
estresse pioram esse quadro", explica a tricologista Viviane Coutinho,
membra-docente da Academia Brasileira de Tricologia (ABT).
A especialista afirma que fatores
emocionais podem prejudicar os cabelos, mas também podem ser os próprios
causadores de diversos problemas capilares.
"Quando acionamos os
gatilhos emocionais, nosso corpo pode comprometer seus marcadores
inflamatórios. A partir disso, é possível que se dificulte a oxigenação e
circulação sanguínea na cabeça, tornando o couro cabeludo mais sensível",
aponta.
Uma das disfunções mais comuns é
a queda, que geralmente é causada pelo estresse.
"Seja por pressão no
trabalho, na faculdade ou nos relacionamentos, cada pessoa lida de uma maneira
diferente com as atividades do dia a dia. Mas é importante ressaltar que o
organismo também reage a todos esses acontecimentos. O eflúvio telógeno, que é
perda acentuada de fios e a alopecia areata, que se caracteriza pela queda de
cabelo em áreas específicas da cabeça, acabam sendo mais frequentes."
Outras doenças causadas por
fatores emocionais e que influenciam a saúde dos fios são a dermatite
seborreica e psoríase, cujos sintomas muitas vezes surgem na forma de coceira e
descamação. Viviane indica o tratamento adequado.
"Para tratar, é preciso
colher todos os dados e fazer um exame tricoscópico no paciente, no qual seu
quadro será analisado. O objetivo principal é diminuir o processo inflamatório,
melhorando a microbiota, isto é, a saúde dos microorganismos que naturalmente
residem naquela região", descreve.
"Também estimulamos fios
novos e reduzimos a queda com o aumento da circulação periférica e ainda damos
orientações especializadas de home care, respeitando sempre as necessidades de
cada cabelo", acrescenta a especialista.
Ela ressalta que o cabelo reflete
o que somos, pois expressa a nossa identidade pessoal por meio do visual.
"Quando não estamos satisfeitos com ele, principalmente por mudanças
bruscas que não conseguimos controlar, como a queda acentuada, isso também abala
a autoestima", nota.
"Nosso corpo está sempre nos
dando sinais. Portanto, preste atenção a esses sinais para procurar ajuda
profissional o quanto antes e, assim, recuperar a saúde capilar."
Além dos cuidados com os fios,
ainda é essencial chamar a atenção para a importância da saúde mental. "De
vez em quando, é super válido distrair a mente e relaxar para reduzir o
estresse, porque isso também ajuda o seu cabelo a ser mais forte e saudável,
além de evitar outros possíveis problemas de saúde", recomenda.