Atualmente, o consumo de drogas não é
considerado apenas um prejuízo para quem faz o uso, mas um complexo e grave
problema de saúde pública. Para tratar do assunto de drogadição, é necessário
distinguir o processo de saúde/doença com base nos modelos mais atuais para
compreensão e estratégias de intervenção estabelecidas na ciência atual. Para
discutir a dependência química, deve-se refletir como a droga foi encarada ao
longo da história, levando em consideração os paradigmas que esse tema também
engloba.
Apresentaremos
aqui, brevemente, as bases teórico-conceituais dos três eixos do processo
(saúde, doença e dependência química), bem como proporcionar uma reflexão
crítica sobre a questão da promoção de saúde frente à dependência de
substâncias, de acordo com os modelos de trabalhos e intervenções biopsicossocial
presentes na atualidade.
Com base nas
referências históricas, foi a partir do século XX que foram constatadas
transformações no que se diz respeito ao processo de saúde/doença, sendo que o
uso de substâncias psicoativas assumiu proporções alarmantes e, então, falar
sobre drogas não é apenas falar da questão biológica, é falar de um indivíduo
integral (completo, sem diminuição), para o qual o uso das drogas possui uma
representação específica.
O diagnóstico
de uma dependência química exige a avaliação de diversos aspectos, uma vez
que os padrões de consumo de drogas na atualidade são diversificados, sendo a
dependência o último estágio. Além disso, o tratamento da drogadição é algo prolongado.
Entretanto, romper o ciclo de dependência é algo muito difícil e delicado,
pois os indivíduos que se tornam dependentes vivenciam um sofrimento físico e
psíquico intenso, tendo sua vida afetada, bem como as suas famílias, amigos e
a comunidade de uma forma geral.
É necessário pontuar
que o atendimento a dependentes químicos envolve dois aspectos centrais:
primeiro, a desintoxicação com a finalidade de retirada da droga e seus
efeitos, e segundo, a manutenção, ou seja, a reorganização da vida do indivíduo
sem o uso da droga.
Para os
profissionais de saúde, esse é um tema em constante estudo e desafio, e uma das
ferramentas e métodos de trabalho utilizados na área da Psicologia é o
psicodrama, em que as técnicas psicodramáticas são utilizadas para que o
indivíduo perceba a sua relação com a dependência da droga, seu papel na
família, adquirindo, assim, um novo padrão de consciência de seus conflitos e
sua vida.
(Artigo
do psicólogo clínico e social Bruno Macedo Pedro)