Probióticos e prebióticos
são tópicos muito importantes na nutrição atual. No entanto, embora pareçam
semelhantes, os dois desempenham papéis diferentes. Os prebióticos são um tipo
de fibra que o corpo humano não consegue digerir. Eles servem como alimento
para probióticos, que são minúsculos micro-organismos vivos, incluindo
bactérias e leveduras. Tanto os prebióticos quanto os probióticos podem apoiar
bactérias úteis e outros organismos no intestino.
● Probióticos. Microrganismos vivos que, quando administrados
em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. São
encontradas em certos alimentos ou suplementos, e podem fornecer diversos
benefícios à saúde.
● Prebióticos. Essas substâncias vêm de tipos de carboidratos
(fibras) que os humanos não conseguem digerir. As bactérias benéficas em seu
intestino se alimentam dessas fibras.
Segundo a nutricionista Adriana Stavro, as bactérias
intestinais, chamadas coletivamente de microbiota, desempenham muitas funções
importantes no corpo, dentre elas, ajudam a protegê-lo de vírus, bactérias e
fungos nocivos à saúde.
Dentro da microbiota gastrointestinal humana, existe um
complexo ecossistema de aproximadamente 300 a 500 espécies bacterianas,
compreendendo cerca de 2 milhões de genes chamado microbioma.
Ao nascer, todo o trato intestinal é estéril, e o intestino
do bebê é colonizado pela primeira vez por bactérias maternas e ambientais
durante o nascimento, e continua a ser povoado por meio da alimentação e outros
contatos. Fatores que influenciam a colonização incluem idade gestacional, tipo
de parto (parto vaginal x parto assistido), dieta (leite materno x fórmula),
nível de saneamento e exposição a antibióticos.
A composição da microbiota é específica de cada ser humano,
que evolui ao longo da vida do indivíduo e é suscetível a modificações exógenas
e endógenas (sexo, idade, tipo de alimentação, índice de massa muscular, peso,
estado de saúde). Comer quantidades balanceadas de probióticos e prebióticos
pode ajudar a garantir o equilíbrio certo dessas bactérias.
A composição da microbiota intestinal é única para cada
indivíduo, é variável entre as pessoas, e é razoavelmente estável após o
primeiro ano de vida. Apesar disso, a literatura afirma que a dieta influência
no perfil microbiano. Como tal, a falta de nutrição adequada tem sido associada
à microbiota disfuncional e a disbiose.
Um Estudo de 2013 sobre a função das bactérias intestinais na
saúde e na doença, confirma que, uma microbiota saudável, pode ajudar nas
funções do sistema imunológico, tratar doenças gastrointestinais, auxiliar na redução
do colesterol LDL (ruim) e no aumento do HDL (bom), e diminuição dos
triglicerídeos, além de ajudar a tratar a obesidade, entre outros benefícios.
Uma revisão sistemática de 2016, com 38 estudos em animais e
humanos sobre os efeitos dos probióticos nas funções do sistema nervoso
central, mostrou que vários probióticos ajudaram a melhorar os sintomas de
ansiedade, depressão, autismo, transtorno obsessivo-compulsivo e memória.
Além disso, algumas bactérias entéricas podem produzir
nutrientes e vitaminas como folato, vitamina K e ácidos graxos de cadeia curta
(AGCC). Os AGCC são a principal fonte de nutrientes das células que revestem o
cólon. Eles promovem uma forte barreira intestinal que ajuda a impedir a
entrada de substâncias nocivas, vírus e bactérias. Isso ajuda a reduzir a
inflamação e pode ter o potencial de diminuir o risco de câncer.
Como os alimentos auxiliam a microbiota intestinal?
Os alimentos que ingerimos desempenham papel importante no
equilíbrio das bactérias intestinais boas e ruins. Uma dieta rica em açúcar e
gordura influencia negativamente (geralmente leva a uma diminuição de
Bacteroidetes e a um aumento de Firmicutes, alterações que têm sido associadas
à obesidade e subsequente desenvolvimento de doenças crônicas), e pode
contribuir para obesidade, resistência à insulina entre outras condições.
Quais alimentos são prebióticos?
Os prebióticos são fibras encontrados em alimentos como
leguminosas (feijão, ervilhas, lentilha, grão de bico), aveia, verduras,
legumes, frutas que os humanos não são capazes de digerir, mas as bactérias do
intestino podem digeri-las. A fibra dietética e o amido são decompostos pelas
bactérias em AGCC. Os AGCC são os principais produtos finais da fermentação
bacteriana no cólon, e são conhecidos por terem impacto positivo na fisiologia
do hospedeiro. O butirato, em particular, é importante para a manutenção da
saúde por meio da regulação do sistema imunológico, manutenção da barreira
epitelial e promoção da saciedade após as refeições. Pode ser protetor contra
várias doenças, incluindo câncer colorretal, doença inflamatória intestinal,
diabetes e obesidade. Portanto, estimular a produção de butirato pelo
microbioma pode ser útil para manter a saúde e tratar doenças.
Quais alimentos são probióticos?
Os alimentos probióticos que naturalmente contêm bactérias
úteis, são o chucrute, o kombuchá, kefir, alguns tipos de picles (não
pasteurizados), vegetais em conserva (não pasteurizados), e alguns tipos de
iogurtes. Se for comer alimentos fermentados por seus benefícios probióticos,
certifique-se de que não sejam pasteurizados, pois esse processo mata as
bactérias. Os probióticos também podem ser encontrados em suplementos em forma
de comprimidos, pós ou líquidos.
Alguns desses alimentos também podem ser considerados
simbióticos, porque contêm bactérias benéficas e fibras prebiótica, que servem
para as bactérias se alimentarem. Alguns exemplos de alimentos simbióticos são
queijo, kefir e chucrute.
Quem pode tomar suplementos de probióticos?
Os probióticos são seguros para a maioria da população, mas
podem ocorrer efeitos colaterais em alguns casos raros, como em pessoas com
sistema imunológico comprometido, hospitalizações prolongadas ou cirurgias
recentes. Nestas circunstâncias podem desenvolver uma infecção por bactérias
probióticas. Pessoas com essas condições devem pesar os riscos e benefícios
antes de consumir (converse com seu médico). Indivíduos com crescimento
excessivo de bactérias no intestino delgado (SIBO), também devem conversar com
seu médico ou nutricionista.