Em
outubro, duas datas referem-se à saúde bucal: dia 3 foi comemorado o Dia
Mundial do Dentista e no dia 25 a comemoração será pelo Dia
Nacional do Dentista e Dia Nacional da Saúde Bucal. O
Brasil é o país com o maior número de dentistas, com cerca de 19% dos
profissionais de Odontologia de todo o mundo – de acordo com o Conselho
Regional de Odontologia, são cerca de 219.575 profissionais em atuação.
E
quando o assunto é dentista e saúde bucal, um tema sempre vem á tona: o uso do
fio dental. Ele é importante ou é um simples coadjuvante? O Conselho
Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) alerta para a importância da
manutenção completa da saúde bucal e destaca fio dental como etapa importante e
necessária. De acordo com IBGE, mais da metade dos brasileiros não realiza a
higiene correta da boca.
A
escova e a pasta de dente são fundamentais para higiene correta da boca e,
portanto, devem fazer parte da rotina diária. No entanto, sozinhos, estes
produtos não conseguem eliminar todos os agentes causadores de diversas doenças
bucais. Por isso a importância do uso do fio dental, de acordo com o Conselho
Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
O
fio ou fita dental garantem a limpeza correta em locais da boca que a escova
não consegue atingir, remove os restos de alimentos entre os dentes e também a
placa bacteriana. Apesar do processo de limpeza mais completo ser tão
importante, a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que para metade dos
entrevistados nem mesmo o uso da pasta de dentes e da escova é regular. O fio
dental também está na lista de cuidados que não são frequentes para este grupo
de pessoas.
Uma
pesquisa recente do Dietary Guideline for Americans pode criar
novas justificativas e agravar esse comportamento. A publicação é considerada
uma espécie de manual de políticas públicas da saúde americana e recentemente
causou polêmica ao não recomendar o uso do fio dental para saúde bucal. Ao ser
questionado sobre a polêmica pela Associação Dental Americana (ADA), o órgão
responsável pelo documento afirmou: “uma vez que nem os Comitês Consultivos de
2010 e 2015 [para as orientações] revisaram os dados sobre escovação e uso do
fio dental, os autores da edição atual decidiram não levar adiante as
informações sobre escovação e uso do fio dental incluídos nas edições passadas
do guia”. Ainda segundo o comunicado, “ao fazer isso, eles não estão afirmando
que essas ações não são práticas de higiene bucal importantes.”
A
polêmica da não citação repercutiu entre os profissionais e órgãos ligados à
odontologia. Para o CROSP que, inclusive lançou neste ano uma campanha sobre a
importância da higienização correta da boca e as visitas regulares ao
cirurgião-dentista, o fio dental é de extrema importância para saúde bucal e,
de forma alguma, deve ser descartado.
A
Câmara Técnica de Periodontia do CROSP aponta ainda que todos os meios
disponíveis para garantir a adequada higienização bucal – que gera de maneira
inquestionável efetivo benefício à saúde geral do indivíduo – devem ser
adotados pela população. “Os meios auxiliares de higiene oral são indicados
pelo profissional. O cirurgião-dentista é que em sua avaliação inicial orienta
o paciente sobre a escova, pasta, fio dental, e outros auxiliares como
interdental, colutório etc”, aponta a secretária da CT de Periodontia do CROSP,
Luciana Scaff Vianna. Ainda de acordo com ela, existem diferentes tipos de fio
dental, por isso, a orientação deve ser feita caso a caso.
A
falta de higiene correta da boca pode acarretar diversos problemas, que vão
desde a cárie até a perda dos dentes. O fio de dental não pode ser considerado
um mero coadjuvante no combate a esses problemas, mas sim parte essencial na
manutenção da saúde bucal.