Patrícia Pillar, Elba Ramalho, Arlete
Salles, Joana Fomm, Sheryl Crow, Shannen Doherty, Brigitte Bardot, Jane Fonda,
Costanza Pascolato e Joyce Pascowitch são alguns exemplos de profissionais que
se destacam nas carreiras de atriz, cantora, apresentadora, jornalista ou ícone
da moda. Entretanto, mais do que a fama, estas mulheres têm uma luta em comum:
todas elas foram diagnosticadas com câncer de mama e venceram a batalha contra
a doença.
Para muitas
delas, o grande fator que contribuiu para o bom desempenho do tratamento foi o
diagnóstico precoce da doença, que pode ser feito por meio de mamografia. O
autoexame também é importante, mas não substitui a mamografia. Muitas mulheres
ainda não criaram o hábito de fazer o acompanhamento anual com o ginecologista.
Muitos podem
ser os fatores que fazem com que as mulheres tentem evitar o exame: desde o
receio de sentir dor na hora da mamografia até o medo de receber um diagnóstico
positivo em relação à doença. Esses motivos levam-nas a retardar ou ignorar o
exame, que é fundamental para o rastreamento do câncer de mama.
Para os
especialistas, a questão da dor na hora de fazer a mamografia é relativa.
“Existem mulheres que não sentem nada, nem dor nem desconforto. Já outras
sentem apenas uma rápida pressão nas mamas; e ainda há aquelas mais sensíveis
que podem sentir um pouco de dor”, explica a ginecologista Lilian Fiorelli.
“Mas, esta dor é passageira e suportável. Mais do que isso: no caso das
mulheres mais sensíveis, é importante ressaltar que é um pequeno desconforto
que pode salvar a vida. E é isso que as mulheres precisam entender para superar
o medo de realizar o exame.”
Ter um
diagnóstico positivo em relação à doença é outra causa que amedronta. “Por mais
assustador que seja receber esta notícia, em muitos casos, a doença é detectada
no início, o que beneficia muito o tratamento. Ademais, a medicina está
avançada e os casos de cura completa têm sido cada vez mais frequentes”,
destaca Lilian.
Ressaltar a
prevenção é importante uma vez que o câncer de mama é o tipo de câncer mais
comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma.
Eles correspondem a cerca de 25% dos casos novos de câncer diagnosticados a
cada ano. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Instituto
Nacional do Câncer (INCA) apontam que, em 2013, mais de 14 mil mulheres
morreram por conta da doença no País. Para este ano, a estimativa é de 57.960
novos casos. “O trabalho ainda é grande para desmistificar algumas informações
e reforçar a importância da prevenção, que deve ser feita de forma contínua”,
avalia a ginecologista.
A especialista
explica que a doença é mais rara antes dos 35 anos. “Acima desta idade, sua
incidência cresce de maneira progressiva, especialmente após os 50 anos”, diz.
Mas, mesmo fazendo parte do grupo de risco, muitas mulheres ignoram a
prevenção. Segundo informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no segundo semestre de
2015, quase 40% das mulheres entre 50 e 69 anos não fizeram mamografia em 2011
e 2012. O índice é maior quanto menor é o grau de escolaridade: entre as que
não têm qualquer instrução ou têm o ensino fundamental incompleto, 49,1%
deixaram de fazer o exame, já entre as que têm ensino superior completo, a taxa
caiu para 19,1%.
A indicação é
que mulheres a partir dos 40 anos comecem a fazer a mamografia todos os anos.
“Mas as que têm histórico de câncer de mama na família, em parentes de primeiro
grau (mãe, irmã e/ou filha), devem realizar o exame antes dessa idade, pois o
risco de câncer de mama pode ser maior”, explica Lilian. Vale ressaltar que
antes dos 35 anos a ultrassonografia de mamas pode ser mais indicada, já que a
densidade das mamas dificulta a visualização de lesões na mamografia.
Exame
Para a realização
do exame, existem dois tipos de aparelhos de mamografia: o convencional e o
digital. Ambos utilizam o raio-X para a produção da imagem da mama. A diferença
está na forma como ocorre a captação da imagem mamográfica. No primeiro, a
imagem é armazenada em um filme e caso haja algum problema técnico com o filme,
este terá que ser refeito. Já na digital, usa-se um detector que transforma o
raio-X em sinal elétrico e transmite a informação para um computador. Assim, a
imagem mamográfica pode ser armazenada e recuperada eletronicamente, além de
permitir ao radiologista ajustar as imagens, no próprio monitor da estação de
trabalho, realçando ou ampliando alguma área, para melhor analisá-la.
Lilian alerta
também que o câncer de mama não é exclusividade das mulheres. “Embora
representem apenas 1% do total de casos da doença, os homens também podem
desenvolver o câncer. Para ambos casos, a melhor prevenção é fazer
acompanhamento rotineiro com seu médico”.