O exercício físico é um ponto chave como parte do
tratamento terapêutico no diabetes mellitus, e
contribui para melhorar a qualidade de vida do portador da doença. Mais,
ainda: prevenindo e participando de um programa de promoção de exercício físico,
dieta sã e equilibrada e assistência médica, pode-se reduzir a incidência do
diabetes e complicações associadas.
O risco de diabetes, principalmente do tipo 2, aumenta à
medida que aumenta o IMC (Índice de Massa Corporal), e, ao contrário, quando se
pratica exercício físico com regularidade, de forma a aumentar o consumo
calórico semanal, esse risco diminui, especialmente em pacientes com risco
elevado. Tal como ocorre em pessoas não diabéticas, a prática regular de
exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e longo prazo.
Entre os benefícios a curto prazo, o aumento do consumo de
glicose como combustível por parte do músculo em atividade contribui para o
controle da glicemia. O efeito hipoglicemiante do exercício pode se prolongar
por até 72 horas após sessão única de exercício. Por essa razão, a prescrição
de exercício físico para melhorar o controle glicêmico em pacientes portadores
de diabetes se faz necessário, pois permite a eles desenvolverem estratégias e
ajustes no consumo de carboidratos e doses de insulina, para poder participar
de maneira mais segura em um programa de exercício físico.
Não há dúvidas de que o exercício físico, em conjunto com a
perda de peso, é uma das indicações mais apropriadas para corrigir a resistência
à insulina e controlar a glicemia, ainda mais se estiver associado à
obesidade.
No mais, independentemente das alterações fisiológicas que
acompanham o exercício, também ocorrem alterações comportamentais que favorecem
o cuidado e o autocontrole por parte do paciente, e consequentemente,
contribuem para melhorar sua qualidade de vida. Por isso, é importante que o
paciente esteja engajado em um trabalho multidisciplinar, em que não só o
exercício físico prescrito e bem monitorado faça parte de sua rotina, mas que
também o controle da doença junto ao médico e o acompanhamento nutricional
sejam importantes em sua vida cotidiana, contribuindo, desta forma, para a
qualidade de vida.
(Artigo dos educadores físicos Raphael da Silva e Francisco Felix Coco)