O Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos comportamentais com maior incidência
na infância e na adolescência. Pesquisas realizadas em diversos países revelam
que ele está presente em 5% da população mundial em idade escolar. Trata-se de
uma síndrome clínica caracterizada, basicamente, por três sintomas: déficit de
atenção, hiperatividade e impulsividade. Mas nem sempre é preciso haver os
três sintomas simultaneamente.
Segundo a
psicóloga comportamental Glaucia Kraide (CRP 06/72743), crianças e adolescentes
diagnosticadas com TDAH têm dificuldades de focar em um único objeto, têm
fácil distração (vivem “no mundo da lua”), e não conseguem terminar atividades
como deveres de casa. Além disso, apresentam facilidade em perder materiais
escolares, chaves, dinheiro ou brinquedos. Eles têm dificuldade de ficar
parados, levantam-se por várias vezes da cadeira na escola ou na hora do
jantar, por exemplo.
Alguns sinais
podem indicar que a criança sofre do problema: deixar de prestar atenção a
detalhes ou cometer erros por descuido em atividades; dificuldade para manter
a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe
dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar seus deveres
escolares; ter dificuldade para organizar tarefas e atividades; apresentar
esquecimento em atividades diárias; falar muito; dar respostas precipitadas
antes das perguntas terem sido completadas; ter dificuldade para aguardar a
vez; interromper ou se meter em assuntos dos outros (por exemplo,
intrometer-se em conversas ou brincadeiras).
Diagnóstico:
o que fazer?
A psicóloga
explica que o diagnóstico de TDAH é essencialmente clínico. Não existem exames
laboratoriais ou de imagem que o façam. A investigação envolve detalhado
estudo clínico por meio de avaliação com os pais, com a criança e a escola. A
avaliação com os pais deve abranger um histórico da criança desde a gestação
até os dias atuais. O tratamento pode envolver medicamentos (estimulantes)
e intervenções psicoeducativas e psicoterapêuticas (educação e aprendizagem
dos pais, professores e paciente acerca do transtorno).
Crianças
diagnosticadas devem receber tratamento – seja de medicamentos e/ou de terapia
– pois, se não bem cuidadas, podem apresentar uma série de prejuízos ao longo
dos anos, como perda de autoestima, tristeza, falta de motivação, episódios
depressivos e, no extremo, podem se tornar adultos antissociais e inseguros.
Mas, quando
tratadas, as crianças tornam-se adultos e profissionais normais.