Você já
se perguntou como seria uma vida sem amigos? Sejam próximas ou distantes,
físicas ou virtuais, as amizades carregam lembranças positivas e trazem grande
apoio à vida das pessoas. A ciência ratifica o que a vida mostra na prática: os
laços afetivos podem ser um fator positivo para a saúde e para a qualidade de
vida.
- A
amizade traz bem-estar subjetivo, o que pode contribuir para melhorar, também,
a nossa resposta imunológica. E pode ser fator de proteção para transtornos
mentais e até para o risco de suicídio. Nossas relações podem influenciar
positivamente também um tratamento de saúde. Ter uma boa rede de apoio (amigos
e família) ajuda a enfrentar melhor a doença, o tratamento, a possibilidade de
uma cirurgia e/ou o período de internação. A busca por essa rede de apoio pode
ser incentivada pelo profissional de saúde – afirma a psicóloga do Hospital
Rios D’Or, Mariana Guedes.
Pesquisa
realizada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) aponta que as
relações podem ir além. Dr. Jorge Moll Neto, foi o primeiro neurocientista no
mundo a chegar a esta conclusão: fazer o bem ao próximo traz benefícios para si
mesmo, pois realizar boas ações, ativa áreas do cérebro relacionadas com o
prazer, o bem-estar e o sentimento de pertencimento.
- Observamos, em
mapeamento cerebral por ressonância magnética, que os chamados "centros de
recompensa" do cérebro são ativados quando voluntários doavam para
instituições de caridade. Mais importante, essa atividade era tão intensa
quanto quando eles ganhavam direito para eles mesmos. Além disso, e de forma
muito interessante, constatamos que ativou, de forma seletiva, duas regiões do
cérebro (o córtex subgenual e a área septal) que estão relacionadas ao
sentimento de apego, de pertencimento. Essas regiões estão envolvidas, por
exemplo, no cuidado que uma mãe tem com o seu filho e na união entre casais. Ou
seja, quando você age em favor de uma causa ou princípio importante, você está
ativando um sistema que foi desenvolvido ao longo de milhões de anos para
promover os laços familiares e de amizade – afirma o neurocientista o dr. Jorge
Moll Neto.