No Brasil, o câncer de pele é o tipo
mais comum, tanto em homens quanto em mulheres. A doença é provocada pelo
crescimento anormal e sem controle de células que compõem a pele. Embora
corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, apenas 4%
são do tipo mais grave.
“Os tipos de câncer de pele mais
comuns são os carcinomas basocelulares (CBC) e espinocelulares (CEC), que são
menos agressivos e têm alta taxa de cura, especialmente com a detecção precoce
do problema. O tipo melanoma, que é realmente o mais grave, felizmente é o
menos frequente também”, afirma a dermatologista Christiana Blattner, membro
efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para noções de comparação, a
estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)
para novos casos de câncer de pele em 2016 é de cerca de 175 mil do tipo não
melanoma e pouco mais de 5600 novos casos de câncer de pele tipo melanoma.
Prevenção e esclarecimentos
sobre os filtros solares
A radiação ultravioleta decorrente da
exposição excessiva ao sol é a principal responsável pelo desenvolvimento dos
tumores de pele do tipo não melanoma. “A correta prevenção contra os raios
solares, é uma arma importante de prevenção, por isso o uso dos filtros
protetores precisa virar um hábito”, alerta a dermatologista.
A capacidade de proteção dos filtros
solares depende da sua eficiência de ser espalhado pelo corpo. “Os mais
eficientes são creme-gel ou loção, pois seus componentes são dissolvidos em
substâncias mais oleosas, formando um filme mais regular na pele”, explica a
médica. “O protetor em gel pode formar um fenômeno chamado rolling (esfarelamento do gel e formação de
“bananinhas”), e se não for bem aplicado, perde sua eficiência, assim como os
protetores em spray, que são em base aquosa ou oleosa. O maior problema é que
se não forem passados em toda superfície, não proporcionam a fotoproteção
adequada. Além disso, o spray sai rápido da pele, e não é possível ver onde
exatamente está sendo aplicado”, acrescenta a especialista.
Os filtros devem ser aplicados a cada
2 ou 3 horas, quando estiver em áreas expostas ao sol, se houver muito suor ou
longos períodos em imersão na água. A aplicação deve ser realizada cerca
de 20 minutos antes da exposição.
Proteção solar e a utilização
de repelentes
Mas como proteger a pele do sol e
também de outras ameaças, como picadas de mosquitos? Em tempos de alerta contra
o mosquito Aedes Aegypti, que
pode transmitir o vírus da febre amarela, dengue, zika e chikungunya, muita
gente fica em dúvida sobre que produto utilizar primeiro: repelente, ou
protetor solar?
A resposta: “use primeiro o protetor
solar. Espalhe-o em todas as áreas expostas e, cerca de 15 minutos depois,
quando a pele já o tiver absorvido, utilize o repelente”, orienta a dra.
Christiana.
Novas descobertas para tratar o
melanoma
Embora menos frequente, o câncer de
pele do tipo melanoma é o que causa mais preocupação, por ser mais grave. Mais
resistente aos tratamentos tradicionais de combate ao câncer, ele é a forma da
doença com maior risco de se espalhar para outros órgãos além da pele
(metástase).
Nos últimos anos, a ciência tem
avançado bastante e já existem alguns medicamentos que conseguem evitar que o
melanoma se espalhe. Outra linha de atuação para controlar o melanoma é o uso
de medicamentos que reforçam o sistema imunológico. “Quando há um agente
agressor no corpo, seja um vírus ou uma bactéria, por exemplo, nosso sistema
imunológico ‘acorda’ para atacá-lo, e depois se desliga naturalmente. Muitas
vezes, os tumores ‘desligam’ o sistema imunológico antes que ele consiga
combatê-los. O que esses medicamentos fazem é fortalecer o sistema
imunológico para evitar isso. Essa é uma linha de atuação que ainda demanda
estudos, mas tem se mostrado promissora para tratar vários tipos de câncer”,
conclui a especialista.