A epidemia de dengue
em São Paulo tem feito a procura por analgésicos e repelentes crescer nas
farmácias de algumas cidades do Estado, onde os casos registram alta. A demanda
é principalmente por dipirona e paracetamol, além das fórmulas para passar na pele
na tentativa afastar o mosquito Aedes aegypti.
O uso sem orientação
médica de remédios e de repelentes em crianças ou até mesmo em adultos pode
agravar o estado de saúde e gerar intoxicação, explica o prof. dr. Paulo Taufi
Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas
e do Hospital Sírio-Libanês.
O médico alerta que é
muito importante identificar os sintomas da dengue que são:
· Febre
alta que costuma durar 5 a 7 dias;
· Febre
que às vezes pode ser bifásica, isto é, durar 2 a 3 dias e reaparecer no 5º ou
6º dia;
· Dor
muscular intensa e muita dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos;
· Dor
articular, vômitos, diarreia e manchas pela pele.
O médico explica que nem sempre todos os sintomas estão presentes e
muitos casos são pouco característicos com apenas algumas manifestações, o que
pode levar a confundir a dengue com outras doenças virais.
É fundamental que as
pessoas tenham em mente alguns sinais de alarme que podem indicar maior
gravidade, especialmente para quem já tem suspeita de dengue. Esses sintomas
devem motivar a procura do serviço de atendimento urgente:
· Dor
abdominal forte;
· Vômitos
frequentes;
· Tontura
ao se levantar;
· Diminuição
na eliminação de urina;
· Falta
de ar;
· Queda
de temperatura do corpo;
· Sonolência.
A dengue não tem
tratamento especial, mas a pessoa com suspeita da doença pode tomar antitérmicos
e analgésicos habituais desde que não contenham AAS (aspirina). Outra medida
importante é manter hidratação abundante por via oral. Em casos mais graves,
identificados pelos sinais de alarme, é necessário que a hidratação seja feita
em hospital.
Para tentar proteger as crianças, a recomendação é, dependendo da
temperatura, vesti-las com calças compridas e cobrir os pés com meias ou
calçados. Os véus de tule usados em berços e camas e as telas nas janelas
também podem auxiliar no afastamento do mosquito. Em crianças acima de 2 anos
os repelentes recomendados são os que contêm a substância DEET. O uso de
complexo B oral não tem nenhuma comprovação científica de que seja eficaz.
O pediatra recomenda
que em crianças acima de 3 anos pode-se aplicar o repelente caseiro: em meio litro de álcool coloca-se um pacote
de cravo-da-índia e deixa-se por quatro dias, agitando a composição duas vezes
ao dia. A seguir, misturam-se 100ml de óleo corporal (de camomila, amêndoas, citronela).
Aplicar 1 gota nos braços e nas pernas da criança.
Os pais podem ainda
ensinar as crianças maiores a manter a casa limpa e colocar areia nos pratos de
baixo dos vasos de planta, evitando o acúmulo de água e a proliferação do mosquito,
entre outras medidas.