A alopecia (queda capilar) intensifica
durante o inverno, já que neste período aumenta-se a temperatura da água do
banho, diminui-se o número lavagens dos fios e usa-se com mais frequência
secadores, boinas, chapéus, e, como consequência disso, aumenta a probabilidade
de caspa, fios opacos e sem brilho, ressecamento e queda. Para compensar estes
fatos, ocorre um abuso no uso de secadores de cabelos, cremes e leave in, que podem
provocar irritações no couro cabeludo.
Acordar e
perceber vários fios no travesseiro, a quantidade de cabelo que cai durante o
banho ou ao pentear o cabelo assusta as pessoas. É normal perder de 100 a 150
fios durante o dia, porém essa quantidade podem aumentar até a 600 fios por dia
durante o inverno.
A queda dos
fios é parte natural do ciclo de vida dos cabelos. Este ciclo consiste em três
fases de: a denominada fase anágena, que tem duração de 2 a 4 anos, podendo
durar até 8 anos; repouso, também chamada de fase catágena, com duração média
de 3 semanas; e queda, que constitui a fase telógena e tem duração de 3 a 4
meses.
Este tipo de
queda, chamado de eflúvio telógeno, pode durar de 1 a 3 meses. O termo telógeno
refere-se à fase de queda do cabelo que ocorre quando os fios que já estavam
prontos para cair caem de forma excessiva em vez de caírem aos poucos.
Quantos
fios temos?
São os
folículos que determinam os mais variados tipos de pelos do corpo, desde a
penugem até os do couro cabeludo. Essa quantidade varia de acordo com a idade
da pessoa. Entre 20 e 30 anos, a cabeça humana tem, em média, 615 fios por
centímetro quadrado – o que equivale a cerca de 150 mil fios. Dos 30 aos 50
anos, o número cai para 485 fios e vai diminuindo lentamente. Por exemplo, uma
pessoa com 80 anos, saudável, possui 435 raízes por centímetro quadrado.
Os fios se
formam muito cedo, quando o bebê ainda está na barriga da mãe. O recém-nascido
tem de 100 mil a 150 mil folículos no couro cabeludo. Cada um produz um fio.
Eles não desaparecem com a idade, apenas param de produzir cabelos. Esses
números valem para os dois sexos e para todas as etnias. O que varia é a
consistência do fio, que pode ser mais grosso ou mais crespo.
Alopecia
androgenética
Há também
outro tipo de queda de cabelos, em que não se nota tanto a queda, mas sim os
cabelos mais “ralos”. Na alopecia androgenética os fios ficam extremamente
finos e o couro cabeludo fica mais visível. Para não ficar na dúvida, é
importante procurar um especialista e checar a saúde capilar. As receitas
caseiras podem piorar o quadro de queda, por isso, é aconselhável sempre
procurar um especialista.
O dermatologista
avaliará toda a história clínica e o exame físico, que pode ser complementado
com a tricodermatoscopia (exame relativamente simples, não invasivo, realizado
com um aparelho chamado dermatoscópio). Em alguns casos o médico poderá
solicitar exames laboratoriais: avaliação hormonal, hemograma completo, dosagem
de vitaminas e minerais e, em alguns casos, biópsia da pele do couro cabeludo
para definir o diagnóstico e o tratamento adequado. O tratamento é composto,
basicamente, por medicações via oral e tópicas, shampoos e mesoterapia capilar
(injeções intradérmicas aplicadas no couro cabeludo).
Artigo
do médico dermatologista dr. Alexandre Haddad, que atua no Hospital VITA