O período
gestacional envolve mudanças comuns no corpo da mulher como o aumento dos
seios, ganho de peso e alterações no sono, até quadros mais sérios como
elevação de pressão arterial que pode levar à hipertensão gestacional. Esta
situação ocorre quando a pressão sanguínea nas artérias atinge valor igual ou
maior que 140mmHg/90mmHg e pode acometer mulheres que já possuíam a doença
antes de engravidar e também mulheres que possuíam pressão arterial normal até
antes da gestação. A hipertensão gestacional é mais comum nos últimos três
meses de gravidez, mas pode manifestar-se em qualquer período após a 20ª semana
de gestação.
Segundo
últimos dados do Ministério da Saúde, a mortalidade maternal caiu cerca de 56%
entre 1990 e 2015, no entanto, os óbitos ainda são altos no país. A hipertensão
é responsável por 13,8% das mortes maternas durante a gravidez no Brasil e
acontece por diversos motivos, incluindo histórico familiar, sobrepeso,
diabetes e mulheres acima dos 40 anos.
Outros
fatores que podem levar à doença são a presença de doenças cardiovasculares
prévias e outras doenças sistêmicas.
"Apesar
de se apresentar de forma assintomática muitas vezes, existem alguns sintomas
que podem ser relacionados com a condição como inchaço nos membros inferiores,
dor de cabeça, dor no peito e visão comprometida. Nos casos mais graves pode
ocorrer convulsão e a mulher entrar em coma", afirma o cardiologista Diego
Garcia.
Lizandra
Rebergue Bani, 37 anos, descobriu a hipertensão há 10 anos após fortes dores de
cabeças. A comunicóloga conta que buscou ajuda médica para investigar os
sintomas e acabou recebendo o diagnóstico da doença. "Minhas dores de
cabeça eram persistentes e passei a monitorar minha pressão, foi então que
notei que estava muito alta".
É
fundamental buscar auxílio médico logo nos primeiros sintomas para investigar
as causas e buscar o tratamento mais adequado. Para quem recebe o diagnóstico
da doença e deseja ser mãe é ainda mais importante um acompanhamento médico
para ter uma gravidez mais saudável possível.
Lizandra
seguiu estas recomendações à risca e procurou o médico antes mesmo de
engravidar para entender o que poderia ser feito, já que ela utilizava
medicamentos para estabilizar a doença. "Assim que descobri ser
hipertensa, iniciei o tratamento e quando decidi ser mãe já estava orientada
sobre o que eu precisava fazer para seguir com a gravidez".
Hipertensão
Gestacional pode evoluir e prejudicar a saúde de mãe e filho
Em alguns
casos a hipertensão na gravidez pode progredir para a pré-eclâmpsia - aumento
da pressão arterial que ocorre no 3º trimestre de gestação. A condição, que
acometeu famosas como Beyoncé e Kim Kardashian, atinge também cerca de 5% das
gestantes brasileiras, segundo o Ministério da Saúde.
Não existem
ainda evidências concretas sobre a causa da pré-eclâmpsia. Especialistas
acreditam que a doença se inicia na placenta – órgão que nutre o feto durante a
gravidez.
"Acredita-se
que a pré-eclâmpsia ocorra como consequência das alterações
endócrinos-metabólicas, vasculares e hemodinâmicas presentes na gestação",
explica o cardiologista.
Situação
pode se agravar
A eclâmpsia
é considerada uma complicação gerada da pré-eclâmpsia e se caracteriza
principalmente por alterações neurológicas graves como convulsões e coma. Estas
podem ser fatais se não forem tratadas de forma imediata
Entre os
principais sintomas estão a presença de proteínas na urina, dores de cabeça
persistentes, aparecimento de edemas, vertigens, sonolência e até mesmo perda
de consciência.
"O
tratamento e acompanhamento médico ainda é a principal maneira de controlar a
doença e evitar uma das principais complicações como é o caso da síndrome HELLP,
caracterizada por uma grave alteração que consiste na destruição dos glóbulos
vermelhos, diminuição das plaquetas e até mesmo lesões no fígado, provocando
aumento das enzimas hepáticas e bilirrubinas no exame de sangue", explica
Garcia.
"Manter
um estilo de vida saudável e o bom controle de doenças crônicas são as
principais medidas para quem quer prevenir a ocorrência da hipertensão
arterial", finaliza Garcia.
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