A esclerose múltipla,
doença ainda pouco conhecida pela população, atinge mais de 2,5 milhões de
pessoas em todo o mundo, segundo mostram os dados da Federação Internacional de
Esclerose Múltipla, sendo em sua maioria mulheres, na faixa dos 20 aos 50 anos.
Só no Brasil são mais de 40 mil casos da doença, de acordo com a Associação
Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).
Para o neurologista do
aplicativo Docway, dr.
Eric Grossi, a grande dificuldade está justamente na falta de informações sobre
a doença. “A grande maioria da população, inclusive os médicos não
neurologistas, não sabe o que é a esclerose múltipla, seus sintomas e
tratamento. Por esse motivo é tão importante alertamos sobre o assunto”, diz
ele. Os primeiros aspectos que devem ser esclarecidos são: a esclerose múltipla
não é uma doença mental, não é contagiosa; existem sim, métodos de prevenção e
apesar de não existir cura, com os avanços da medicina hoje, é possível tratar
os sintomas e, mais importante, retardar o processo de evolução da
doença.
Segundo o médico, a esclerose
múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, em que as células de
defesa do próprio organismo atacam o sistema nervoso central o que provocam
lesões cerebrais e medulares. “Com causas desconhecidas, a doença passou a ser
foco de estudos no mundo todo, o que tem ajudado de forma significativa na
melhoria de vida dos pacientes”, detalha Grossi. Ele explica que a grande
maioria dos casos acontece em mulheres jovens, e pode ter os mais variados
sintomas, como cegueira súbita, visão dupla, fraqueza muscular, alteração do
equilíbrio ou da coordenação motora, fadiga intensa, depressão, dores
articulares, além de disfunções intestinais e na bexiga.
Existem algumas doenças
que têm sintomas semelhantes aos da esclerose múltipla, e só um médico
especialista será capaz de identificar corretamente. Em caso de suspeitas da
doença, é importante que a pessoa procure um neurologista para que ele possa
investigar, chegar ao diagnóstico correto e começar o tratamento. "Vale
ressaltar que existem três formas de esclerose múltipla, sendo a mais comum no
Brasil, aquela que evolui de forma paroxística, ou seja, em crises de sintomas
agudos (denominados surtos) e períodos longos de calmaria (denominados de
remissão, onde há melhora ou ausência de piora). Até pouco tempo, somente as
crises eram tratadas, mas já há alguns anos, dispomos de medicamentos,
inclusive distribuídos pelo SUS, que ajudam a evitar essas crises, melhorando
assim a evolução da doença”, explica.
Os tratamentos hoje
disponíveis reduzem a atividade infamatória causadora das lesões no sistema
nervoso central, contribuindo para uma redução da incapacidade e melhorando a
qualidade de vida dessa pessoa. “Estamos avançando quanto ao conhecimento e os
tratamentos da esclerose múltipla, mas é um longo caminho, por isso, um
acompanhamento adequado faz toda a diferença na vida do paciente. Cada caso é
um caso diferente, todos devem ser avaliados e tratados individualmente, chegando
assim ao melhor tratamento possível para cada paciente”, completa o
neurologista.
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