Uma boa noite de sono faz a diferença não só para os adultos, como
também, para os bebês. Segundo informações do Instituto do Sono, ao dormir, o
organismo da criança realiza funções que garantem um crescimento saudável, como
o desenvolvimento celular, a restauração da energia e a consolidação da
memória.
No entanto, quando os bebês têm pesadelos e acordam assustados durante a
noite, essas funções são prejudicadas. O medo e a insegurança diante de sonhos
fantasiosos e assustadores podem resultar em choros incessantes e certa
resistência para voltar a dormir, impactando, também, na qualidade de sono dos
pais e responsáveis.
Segundo o Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o sono é um processo natural em
que ocorre uma redução da consciência e das atividades corporais. No geral, ele
é dividido em dois momentos: o sono não-REM, caracterizado por uma atividade
cerebral menos intensa, e o sono REM, quando a atividade é mais intensa,
resultando em sonhos e pesadelos.
Em entrevista concedida à imprensa, a neurologista responsável pelo
setor de pediatria do Instituto do Sono da Unifesp, Márcia Pradella, e a
psicóloga e psicopedagoga do Hospital Albert Einstein (SP), Melina Blanco
Amarins explicaram que os sonhos, sejam bons ou ruins, acontece na fase do sono
REM e são influenciados pelos momentos vividos pela criança ao longo do
dia.
Para evitar os pesadelos em bebês, é aconselhável a criação de um
ambiente tranquilo para as horas de descanso. Estabelecer um clima agradável e
investir numa decoração aconchegante com papel de parede para quarto infantil são
algumas ideias que podem ajudar a diminuir os estresses noturnos das crianças.
Como aliviar os pesadelos infantis
Segundo as especialistas Márcia Pradella e Melina Blanco Amarins, não dá
para evitar que os pesadelos ocorram, mas é possível criar um ambiente
confortável para que as noites sejam mais tranquilas. O espaço onde o bebê
dorme deve transmitir a sensação de aconchego.
Para isso, a decoração pode ganhar peças que minimizem ruídos, como
o tapete para quarto infantil. As cores
utilizadas no ambiente podem ser mais claras e neutras, e objetos decorativos
podem criar uma experiência lúdica e positiva para a imaginação dos
pequenos.
A escolha dos móveis também impacta na qualidade de sono das crianças.
Nos primeiros anos de vida, o berço deve garantir conforto, aconchego e
segurança para o bebê. Com o passar dos anos, o quarto pode ganhar
um modelo de cama infantil que
seja compatível com a idade da criança.
Outras medidas podem ajudar a criança a ter uma noite de sono tranquila.
Em entrevista à imprensa, o médico pediatra e pesquisador do Instituto do Sono,
Gustavo Antonio Moreira, explicou que expor o bebê à luz natural pela manhã
ajuda a regular o ritmo circadiano.
O profissional destacou, ainda, a importância da preparação para a hora
do sono. A orientação é para que os pais reduzam a exposição da criança à luz
artificial, principalmente, das telas nas horas que antecedem o descanso.
Quando é preciso buscar ajuda?
Dados divulgados pela Associação Brasileira do Sono mostram que até 30%
das crianças, entre 5 e 12 anos, têm um pesadelo a cada seis meses. Embora não
haja uma média considerada “normal”, especialistas alertam que a frequência
desses episódios pode ser indício de outros problemas.
Por esse motivo, quando pais e responsáveis observam a recorrência desse
tipo de situação, é recomendado o auxílio de profissionais qualificados na
área. Estudo publicado pela revista científica Sleep, informa que o
excesso de pesadelos na infância pode estar relacionados aos distúrbios
mentais.
O suporte profissional irá ajudar no bem-estar e na qualidade do sono da
criança. Em caso de diagnósticos de doenças, também contribui para o tratamento
adequado.