A Síndrome de Burnout é uma das consequências mais marcantes do estresse profissional e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional). É o que poderíamos chamar “de saco cheio” ou “não aguento mais”.
A pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo, irritadiço e completa falta de energia, ou seja, chegou ao seu limite. Com muita frequência, esse quadro está associado a outros transtornos emocionais, geralmente com a depressão e/ ou ansiedade.
Os sintomas básicos dessa síndrome seriam, inicialmente , uma exaustão emocional em que pessoa sente que não pode mais dar nada de si. Em seguida, desenvolve sentimentos e atitudes muito negativas, como, por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade afetiva. Posteriormente, manifesta sentimentos de falta de realização pessoal no trabalho, afetando sobremaneira a eficiência e habilidade para realização de tarefas e de adequar-se à organização.
O sintoma descrito acima como exaustão emocional refere-se a um conjunto de ocorrências, tais como sentimentos de desesperança e de solidão, um misto de depressão e raiva, impaciência e irritabilidade, tensão e ansiedade, diminuição da empatia, sensação de baixa energia, aumento das preocupações, suscetibilidade para doenças físicas, tensão muscular, dores lombares ou cervicais e distúrbios do sono.
As pessoas propensas à Síndrome de Burnout são exatamente aquelas mais ativas e que se envolvem intensamente em tudo o que fazem. Acreditam possuir domínio da situação, encaram as situações adversas com otimismo e responsabilizam-se exclusivamente pelo sucesso (ou insucesso).
Como vimos, o Burnout é o resultado da combinação entre as características individuais com as condições do ambiente ou do trabalho, o qual geraria excessivos e prolongados momentos de estresse. Esse transtorno tem importância na medida em que afeta a vida pessoal, seja por meio das repercussões físicas desse estresse psíquico, seja no comprometimento profissional quanto à eficiência e desempenho, seja social, na desarmonia dos relacionamentos interpessoais.
Se você se identificou com as características descritas, poderá estar com Burnout. O tratamento pode envolver férias, afastamentos do trabalho, mudança de emprego, medicamentos, psicoterapia e acupuntura. Basicamente, é preciso recuperar, com estratégias precisas, as condições físicas, emocionais e psicológicas adequadas para que você volte a ter seu equilíbrio energético restabelecido e, assim, retornar à vida com paz e harmonia.
(Artigo escrito pelos psicólogos José Antonio de Oliveira e Rodolfo Ferraz do Prado)