Uma
das situações que pode levar as pessoas a um Pronto-Socorro de
Otorrinolaringologia é a presença de objetos nos ouvidos. De acordo com o
otorrinolaringologista Gilberto Ulson Pizarro, do Hospital Paulista, o incômodo
pode ser sensivelmente agravado caso os pacientes tentem resolvê-lo sem auxílio
médico, a partir dos chamados "remédios caseiros".
"Verificamos no Hospital alguns casos de pacientes que tentaram extrair o corpo estranho do ouvido com os dedos, com uma haste flexível ou a partir do uso de alguma substância inadequada, como óleos, por exemplo", explica o médico.
Nesse caso, corpo estranho pode ser definido como qualquer tipo de objeto introduzido no(s) ouvido(s), intencional ou acidentalmente. Dentre os mais extraídos por otorrinolaringologistas estão grãos, feijões, pequenas pedras, partes de brinquedos, papel, algodão e insetos.
"Boa parte desses objetos está relacionada às crianças pequenas, pois há uma curiosidade natural que as leva a inserir pequenos corpos estranhos em orifícios como ouvidos e nariz. Se os pais não percebem - e isso é muito comum -, o objeto pode se aprofundar no ouvido, ampliando o incômodo da criança", afirma o dr. Gilberto.
Portanto,
os pais devem ficar atentos se os filhos apresentarem sinais como vermelhidão,
inchaço ou secreção no ouvido. Já os pacientes adultos devem evitar
"cutucar" os objetos com o objetivo de retirá-los. Se o corpo
estranho não sair espontaneamente, é necessário recorrer imediatamente a um
otorrinolaringologista, que irá avaliar o caso e fará a rápida e correta extração.
"A
extração é um processo simples e pode ser feito de algumas formas, dependendo
do tipo e do formato do objeto, além da profundidade no ouvido. Podemos
utilizar uma lavagem com água esterilizada ou solução salina e, então,
retiramos através de sucção ou objetos adequados para esse tipo de
cenário", completa o médico.
Insetos
Dentre
os itens que costumam ser extraídos dos ouvidos pelos médicos são insetos, que
geralmente causam maior incômodo. Isso porque a sensação de um pequeno bicho
dentro do ouvido e a impossibilidade de retirá-lo, costuma deixar os pacientes
naturalmente impacientes.
Em
uma situação de desespero, as pessoas não aguentam esperar o auxílio médico e
acabam utilizando objetos que podem causar sérias lesões ao canal auditivo.
Além disso, o ato de mexer a cabeça bruscamente, na tentativa de retirar o
inseto, também pode gerar lesões.
"A
presença do inseto, de imediato, pode gerar dores fortes, ruídos ou zumbidos, e
também um sentimento de angústia. Em crianças, que geralmente não sabem
explicar ou entender o que está ocorrendo, há também uma sensação de pânico,
até que ocorra a extração", finaliza o dr. Gilberto.
Apesar
do incômodo, a extração de insetos dos ouvidos não difere muito dos
procedimentos para os demais objetos. A principal diferença é que o médico
poderá matar previamente o inseto com um anestésico, álcool ou óleo mineral, de
modo que a retirada ocorra mais facilmente. Em todos os casos, o procedimento
deve ser realizado por um médico especialista.