O universo
da maternidade é cercado por muitas dúvidas. Uma delas é de quanto em quanto
tempo a mãe deve amamentar o bebê para que ele seja saudável. A pediatra do
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Miquelina Lucia Santarsiere
Etchebehere, explica que o aleitamento materno deve ser livre demanda, ou seja,
feito sempre que o bebê tiver fome.
Muitas vezes,
a insegurança das mães pode atrapalhar este ato e criar normas que não existem.
A pediatra ressalta que com o aleitamento materno não pode, nem deve existir uma
preocupação em relação à quantidade de vezes oferecidas. “Amamentar de três em
três horas é apenas uma média de ingestão de alimento. Quando a criança chora,
você pode dar de mamar.”
De acordo com
a médica, nem sempre o bebê chora por fome. “Tirando todos os desconfortos, como
dores, temperatura, posição, se mesmo assim continuar chorando, a mãe deve
amamentar”, afirma. Mas alerta para que esse processo seja feito apenas quando o
alimento for exclusivamente o leite materno. Alimentar com complemento ou leite
artificial não deve ser livre demanda.
De acordo com
a especialista, oferecer o leite materno sempre que o bebê estiver com fome não
traz nenhum risco ao peso ou mesmo de ocorrer uma sobrecarga de alimentação.
“Com bebês pequenos isso não acontece, eles choram de fome e têm uma capacidade
gástrica pequena. Se ele mamar mais do que suporta, vai regurgitar esse
leite.”
A importância
da amamentação é enfatizada pela pediatra, pois fortalece a relação entre mãe e
filho e traz grandes benefícios à saúde de ambos. “A mãe volta ao peso de antes
da gravidez mais rapidamente e a criança controla o peso. Já os bebês
amamentados com mamadeiras tendem a ser mais obesos do que os alimentados com
leite natural”, complementa a médica.
Outro ponto
importante neste processo, segundo Miquelina Lucia Santarsiere Etchebehere, é a
qualidade do leite. “Por mais que os artificiais sejam modificados para imitar o
alimento materno, o leite natural é específico, com todas as vantagens
possíveis, como a passagem de anticorpos à criança”, reforça a
pediatra.