O tímpano é caracterizado como uma
membrana fina e semitransparente que fica localizada no ouvido médio. Ele tem a
forma circular e termina dentro do canal de condução da audição. Segundoa
otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM
9009), o tímpano tem como função vibrar quando houver estímulos sonoros. Estas
vibrações são transmitidas pelo ouvido médio para que a audição se efetive.
Os
especialistas utilizam uma espécie de lanterna, que emite um facho de luz que
ilumina o ouvido. Assim é possível enxergar o tímpano, que normalmente tem a
coloração em tons cinza ou branco. “Alterações na coloração dessa membrana
podem sinalizar alguma infecção ou doença que atingiu a região”, explica a
médica. “Otites agudas fazem com que o tímpano fique avermelhado, seroso ou
purulento. Este tipo de infecção pode prejudicar a integridade da membrana.
Processos traumáticos também podem afetar o local.”
Objetos
colocados indevidamente dentro do ouvido, como um lápis, por exemplo, podem
causar traumas e perfurar a membrana timpânica. Explosões, pancadas, mergulhos
profundos ou acidentes podem causar um aumento ou redução repentina da pressão
dentro do ouvido, fato que também pode causar danos ao tímpano. “A ruptura
desta membrana causa perda auditiva condutiva, já que a vibração não acontece e
os sons não são transmitidos pela via auditiva”, destaca ela.
Quando ocorre
a perfuração do tímpano é fundamental recorrer ao médico o mais rápido
possível. Sintomas como dores agudas, hemorragia em um ou ambos os ouvidos,
perda de audição, vertigem, presença de pus e zumbido indicam que a saúde
auditiva não está bem. “Se o trauma for intenso, além da perfuração timpânica pode
lesionar o ouvido interno e até mesmo romper o conjunto de ossículos presentes
no órgão. O problema pode ser ainda maior se houver a entrada de água nos
ouvidos, por isso é importante utilizar tampões especiais”, alerta a
especialista
O diagnóstico
médico é feito com base no histórico do paciente e pelo exame do tímpano, com a
utilização de aparelhos específicos como otoscópio ou microscópio. Também é
feita uma avaliação do grau de perda auditiva por meio da audiometria. O
tratamento normalmente inclui a indicação de medicamentos via oral para
combater a infecção e se o tímpano não se recuperar em alguns meses pode ser
necessária a realização de cirurgia para reparar os danos.
A técnica
cirúrgica é chamada de timpanoplastia e tem como objetivo reconstruir a
membrana timpânica. Rita enfatiza que a cirurgia pode ser realizada
com anestesia geral ou local com sedação. “A incisão no canal auditivo
serve para que o médico possa ter acesso ao ouvido médio. Durante a cirurgia e
com o auxílio de um microscópio cirúrgico é feita a reconstrução da cadeia
ossicular, quando necessário, e a membrana timpânica é restaurada”,
esclarece a dra. Rita.
Além da
reconstrução das estruturas afetadas, a timpanoplastia tem como finalidade
melhorar a audição, prejudicada pela perfuração e ausência das vibrações no
tímpano. Mesmo com bons resultados em grande parte dos pacientes, em alguns
casos a intervenção cirúrgica não é o suficiente. Em alguns casos outros
recursos são necessários para a recuperação dos ouvidos e da audição.