A corrida de rua vem ganhando uma legião de
adeptos nos últimos anos no Brasil. Acredita-se que isto se deve ao fato desta
atividade física ser capaz de proporcionar inúmeros benefícios à saúde como a
perda de peso e melhoria na condição cardiorrespiratória, mas também pelo fato
de ser praticada em qualquer lugar e com equipamentos mais simples que aqueles
necessários para a participação num esporte coletivo, por exemplo.
Um dos assuntos que ainda gera
muita controvérsia no que diz respeito à corrida é sobre os tipos mais comuns
de lesões que afetam os corredores e o que fazer para preveni-las, além da
polêmica em torno dos melhores calçados esportivos que devem ser utilizados
para a prática.
Segundo as professoras Maria Claudia Vanícola
e Katia Brandina, por muito tempo se pensou que o maior número de lesões
envolvia a articulação do joelho. “Entretanto, numa revisão de literatura mais
recente (Lopes, Hespanhol Junior, Yeung e Costa, 2012)
evidenciou-se que as principais lesões para corredores envolvem a síndrome do
estresse tibial medial (conhecida canelite), a tendinopatia do tendão calcâneo
e a fasceíte plantar, nenhuma delas, portanto, na articulação do joelho”,
explicam. “Somente para aqueles que correm provas de ultramaratona é que a
síndrome patelofemural, que se dá na articulação do joelho, aparece como a
segunda maior causa de lesão.”
O calçado esportivo adequado é
aquele em que o corredor se adapta melhor, independentemente do sistema de
amortecimento. Isto porque o melhor sistema de amortecimento que existe é
aquele coordenado pelo próprio aparelho locomotor. “Atualmente, sabe-se que os
músculos têm total capacidade de absorver o impacto e utilizá-lo para produzir
força, sem depender do calçado esportivo para isto”, ressaltam as professoras.
Então, o que deve ser considerado para minimizar a ocorrência de lesões?
“Simples, o adequado planejamento da atividade física para que o músculo não
falhe e cumpra seu papel protetor no aparelho locomotor”, respondem.