O inverno chegou trazendo, junto de temperaturas mais baixas
e ar mais seco, algumas doenças características da estação. Entre elas, a
bronquiolite, uma infecção viral que acomete crianças de até dois anos de idade
e é caracterizada pela inflamação dos brônquios, parte final do pulmão.
Com sintomas bem parecidos com uma gripe, a doença é, na
verdade, decorrente de um resfriado: tosse, coriza, espirros e obstrução da
respiração estão entre seus sintomas. O que diferencia a bronquiolite é o
“chiado” que pode ser escutado, proveniente de um quadro respiratório viral. Os sintomas podem ser acompanhados ou não de febre e a bronquiolite é a
evolução desse quadro, que acontece de quatro a sete dias.
A maioria dos casos, cerca de 80%, é causada pelo vírus VRS –
vírus sincicial respiratório. Os demais casos são consequências de outros
vírus, como influenza, por exemplo. O tratamento é simples, mas deve ser levado
à risca para efetivo resultado.
Segundo a alergista Carla Dall Olio,
coordenadora da emergência pediátrica do Hospital Barra D'Or, a principal
indicação é a lavagem do nariz com soro fisiológico, de 5 a 7 dias, tempo médio
de duração da infecção. Também pode ser utilizada nebulização. Porém, há
situações em que o quadro se prolonga por até 21 dias. A forma de tratar
depende da intensidade e idade do bebê, mas a princípio não existe indicação de
antibiótico. “Se a família perceber outros sintomas, como dificuldade na
amamentação, aceleração da respiração, chiado audível, vômitos, sonolência
excessiva e pele arroxeada é importante levar a criança imediatamente para
avaliação na emergência”, explica ela.
A doença é contagiosa e a lavagem
de mãos é a principal forma para se impedir o contágio. Também é importante
evitar aglomerações neste período de inverno e manter as crianças com a
vacinação em dia, apesar de não existir uma vacina contra o VRS.
As crianças que fazem parte do
chamado “grupo de risco” têm mais chances de desenvolver a bronquiolite. Dentre
elas estão: prematuras, cardiopatas, neuropatas, com pesos menores que 1,250
kg, crianças com menos acesso à saúde e portadores de HIV.
“Um importante fator de proteção
contra a doença é a amamentação”, conclui a especialista.
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